quarta-feira, janeiro 04, 2012

INFORMAÇÕES ADICIONAIS

À ENTREVISTA Nº 33 SOBRE O TEMA:

“A BENÇÃO DE DEUS?” (4)


A História de Job


Cerca de 500 anos antes de Jesus, um autor anónimo escreveu um dos livros mais sugestivos da Bíblia: o Livro de Job.
Conta a história de um homem bom, que foi vítima de todos os tipos de calamidades. As páginas do livro recolhem todas as perguntas para a sua dor, que ele considera absurda, injusta e imerecida.Na sua crise, Job enfrenta vários amigos que lhe fazem considerações piedosas, procurando que ele se resigne. Job não o faz e enfrenta Deus a quem considera, em última instância, responsável por todos os seus males.
A personalidade de Job, rebelde ao sofrimento, desafiando Deus, significou uma revolução no pensamento religioso de Israel. Muito antes de Job, acreditava-se que as punições e recompensas de Deus eram para todo o povo, para o colectivo. Mas, nos tempos de Job, o judaísmo já não era apenas a religião do povo, era também uma religião pessoal e como não havia uma ideia muito clara do que aconteceria depois da morte, acreditava-se, esperava-se, que todos na Terra recebessem a recompensa ou a punição por seus actos pessoais. O bom seria feliz, prosperaria. O mau acabaria em fracasso e sofrimentos.
O Livro de Job veio contradizer radicalmente estas ideias. O seu tema resume-se numa pergunta preocupante: Por que sofrem os bons, que sentido faz a dor dos inocentes? Por que são bem sucedidos os injustas? Mais ainda: Como explicar o mal no mundo, por que existe o mal no mundo?
Ao longo de 38 capítulos, e de todas as formas possíveis, Job levanta uma e outra vez as mesmas questões. A partir deste livro, a reflexão do povo de Israel sobre a dor e a responsabilidade individual mudou substancialmente.

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