Carlos Lyra (continuação)
"Alheio a essas observações nossa gente ia vivendo dentro de suas possibilidades, cultivando também suas tradições, mantendo a identidade e buscando valorizá-la cada vez mais. O mundo para nós era a representação de povos que deram certo em suas conquistas culturais e económicas, mas que também viviam seus conflitos e contradições o que neste aspecto se diferenciava pouco da gente.
O advento da segunda guerra mundial levou o Brasil a participar com mais intensidade de algumas decisões mundiais, apesar de nossa subserviência e dependência, porem, emplacamos na musica popular Carmen Miranda e Ary Barroso passando a sermos mais percebidos internacionalmente. Com o fim do conflito e início da guerra fria o mundo caminhava numa direção de reconstrução económica e política.
Os anos cinqüenta chegam então com ventos promissores em vários campos e não ficamos alheios a essas transformações, era chegada a nossa vez, tínhamos que mostrar que estávamos vivos para o mundo. Nesse contexto surge uma vanguarda musical riquíssima que insinua seus primeiros passos a partir de 1954 e tem sua culminância em 1958 com o lançamento do LP "Chega de Saudade", de João Gilberto, era a Bossa Nova que se estabelecia definitivamente proporcionando mudanças comportamentais profundas no modo de viver do povo brasileiro. A nossa juventude respirava as mudanças de clima, 50 anos em 5, era o lema, tínhamos que sair do atraso e irmos definitivamente para o desenvolvimento, nessa empolgação colaborando com suas lindas melodias e sua pose de galã surge um novo astro da canção, Carlos Lyra, violonista exuberante e compositor de muito talento." (continua)
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