segunda-feira, abril 23, 2012


A EUROPA DAS PÁTRIAS

A União Europeia é insubstituível: uma espécie de cooperativa fortíssima criada pelos europeus que promove os seus interesses morais e materiais. Ela é a base do bem-estar e da origem das suas vantagens competitivas no mundo. A livre circulação de pessoas, bens, dinheiro e serviços dentro do mercado interno; a gestão pela Comissão Europeia quer do comércio dos 27 com o resto do mundo quer da concorrência e, dentro de poucos anos, da energia e do ambiente; a moeda única; a promoção, dentro e fora de portas, da decência cívica e política, são pilares essenciais do conforto e segurança das populações e constituem fonte de influência que nenhum membro da União só por si poderia ter agora ou no futuro.


Mas, no entanto…falta-lhe coração, porque este ficou na pátria de cada um dos países que a compõem. Muita gente estaria disposta a morrer pela sua pátria, provavelmente ninguém pela Europa.

O futuro Kaiser Guilherme II perguntou ao seu mestre de equitação o que era mais importante para saltar obstáculos: os cavalos, os cavaleiros ou os arreios?

 - “O coração, sire, o coração. O resto vai atrás”.

 É este, que falta à Europa porque continua lá, agarrado a uma história, a uma língua, a tradições, usos e costumes vividos durante séculos dentro de espaços delimitados por fronteiras mais ou menos estáveis. E quem consegue repartir o coração quando se trata da terra onde nascemos, nasceram os nossos pais e os pais dos nossos pais, um deles, porventura, morto nalguma guerra na defesa dessa terra?

Talvez um dia, quando vier uma guerra, e ela virá, e for necessário alguns de nós morrerem para defenderem a Europa, então, um pouco dos nossos corações pátrios se comece a transferir para esse nosso outro espaço mais alargado que se chama Europa.

Pelos vistos, amor e sangue, em certas circunstâncias, estejam juntos.

Entretanto, andamos adormecidos num certo pacifismo esquecendo os meios militares necessários à nossa futura segurança.

Lembram-se quando o Dr. Mário Soares, já aqui há uns anos, falava no contributo financeiro que cada um de nós devia dar para a constituição de um exército europeu?

 - Será que alguém vê nele um guerreiro ou um belicista?

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