A EUROPA DAS PÁTRIAS
A União Europeia é insubstituível: uma espécie de
cooperativa fortíssima criada pelos europeus que promove os seus interesses
morais e materiais. Ela é a base do bem-estar e da origem das suas vantagens
competitivas no mundo. A livre circulação de pessoas, bens, dinheiro e serviços
dentro do mercado interno; a gestão pela Comissão Europeia quer do comércio dos
27 com o resto do mundo quer da concorrência e, dentro de poucos anos, da
energia e do ambiente; a moeda única; a promoção, dentro e fora de portas, da
decência cívica e política, são pilares essenciais do conforto e segurança das
populações e constituem fonte de influência que nenhum membro da União só por
si poderia ter agora ou no futuro.
Mas, no entanto…falta-lhe coração, porque este ficou na
pátria de cada um dos países que a compõem. Muita gente estaria disposta a
morrer pela sua pátria, provavelmente ninguém pela Europa.
O futuro Kaiser Guilherme II perguntou ao seu mestre de equi tação o que era mais importante para saltar
obstáculos: os cavalos, os cavaleiros ou os arreios?
- “O coração, sire, o
coração. O resto vai atrás”.
É este, que falta à
Europa porque continua lá, agarrado a uma história, a uma língua, a tradições,
usos e costumes vividos durante séculos dentro de espaços delimitados por
fronteiras mais ou menos estáveis. E quem consegue repartir o coração quando se
trata da terra onde nascemos, nasceram os nossos pais e os pais dos nossos
pais, um deles, porventura, morto nalguma guerra na defesa dessa terra?
Talvez um dia, quando vier uma guerra, e ela virá, e for
necessário alguns de nós morrerem para defenderem a Europa, então, um pouco dos
nossos corações pátrios se comece a transferir para esse nosso outro espaço
mais alargado que se chama Europa.
Pelos vistos, amor e sangue, em certas circunstâncias,
estejam juntos.
Entretanto, andamos adormecidos num certo pacifismo
esquecendo os meios militares necessários à nossa futura segurança.
Lembram-se quando o Dr. Mário Soares, já aqui há uns anos, falava no contributo financeiro que
cada um de nós devia dar para a constituição de um exército europeu?
- Será que alguém vê
nele um guerreiro ou um belicista?
<< Home