CONSIDERAÇÕES PESSOAISSOBRE O TEMA DA INQUISIÇÃO
Se alguma dúvida existisse sobre o que
é, na verdade, a igreja católica de Roma, teria ficado desfeita com a sua
actuação ao longo de três séculos, em todo o mundo debaixo da sua influência, como instrumento de poder através da Inqui sição.
Não passou para a sociedade de fiéis,
como teria sido da sua obrigação, a mensagem de amor, justiça, igualdade entre
os homens e tolerância tal como foi o testemunho e o exemplo de vida do homem
que a inspirou.
Ciosa
dos seus interesses, das suas influências, do seu poder, da sua riqueza, recorreu a todas os
processos, dos mais insidiosos aos mais cruéis, para se impor pela força, pelo
medo, pelas ameaças, transformando a vida das pessoas, geração após geração,
durante séculos, num mundo de sobressaltos, de receios, pesadelos, em estímulos
à vassalagem, subserviência, delação entre vizinhos, traições e ódios.
Mergulhou a humanidade num quarto escuro
– a Idade das Trevas – impondo dogmas, impedindo e condenando a difusão de
qualquer conteúdo que os beliscasse numa atitude arrogante de “senhor absoluto”.
Como curiosidade desse passado de
vergonha, que não é sentida pelo actual Papa, alcunhado pelo “Grande Inqui sidor”, ficámos a saber, pelos documentos legados
pelos Tribunais do Santo Ofício, que o número de pessoas sacrificadas (as
mulheres, as grandes vítimas) foi consideravelmente mais pequeno entre as
comunidades da Península ibérica e Sul do Mediterrâneo, comparadas com as da Europa
central… o céu azul, o clima benigno, o calor do sol, temperam os espíritos.
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