quarta-feira, junho 20, 2012


GERALDO VANDRÉ
O ano de 1968 inicia-se prometendo ser um período de transformações radicais interna e externamente, e isso torna-se visível quando jovens de vários países, inspirados nas manifestações em Paris ocorridas no mês de Maio, iriam às ruas propor mudanças e uma sociedade livre. Nesse contexto chega às lojas de Discos do Brasil o LP Canto Geral, de Geraldo Vandré, o disco mais politicamente engajado dos anos duros da ditadura militar.
Logo na primeira faixa na música Terra Plana, ele mostra suas intenções ao afirmar: "deixo claro que a firmeza de meu canto vem da certeza que tenho, de que o poder que cresce sobre a pobreza e faz dos fracos riqueza, foi que me fez cantador", segue-se depois Companheira e Maria Rita, duas canções que referem-se a cumplicidade do amor, seja nas aflições ou nas dificuldades da vida proletária.
Geraldo Vandré atinge o limite máximo de sua militância ideológica, em textos panfletários que se tornaram fundamentais para se compreender aquele período histórico, vejamos alguns: "O terreiro lá de casa não se varre com vassoura, varre com ponta de sabre e bala de metralhadora" (Cantiga brava); "é a volta do cipó de arueira no lombo de quem mandou dar" (Arueira); "já soltei o meu cavalo, já deixei a plantação, eu já fui até soldado e hoje muito mais amado sou chofer de caminhão" (Ventania).

     Canto Geral, é um disco que marcou uma época, lançado em 1968 antes do AI 5. Sua mensagem continua firme e forte até hoje, precisando no entanto ser redescoberto pelas novas gerações que estão em busca de seus ideais e carecem de um manifesto musical que os impulsione e possa mostrar-lhes o caminho. É ouvir e conferir. À venda nas melhores lojas do ramo! -  Luiz Américo Lisboa Junior
GERALDO VANDRÉ - PARA NÃO DIZER QUE NÃO FALEI DE FLORES

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