À ENTREVISTA Nº 53 SOBRE O
TEMA:
“ABORTO?” (6)
O que as religiões não cristãs dizem sobre o aborto?
Todas as
religiões têm reflectido sobre aborto e têm uma posição sobre a interrupção da
gravidez. Porque todas as
religiões, ao procurarem o sentido da vida, regulam o que deve ser feito para a
respeitar, desenvolver e preservá-la.
Todas as
religiões entendem que a vida é sagrada, um dom de Deus, dos deuses. No
judaísmo, as correntes mais ortodoxas opõem-se ao aborto, mas aceitam-no sempre
que a vida e a saúde das mulheres
estejam em risco. Em todos as
correntes a vida da mãe tem sempre precedência sobre a do feto. E não se considera o feto como pessoa de
plenos direitos para até ao momento do nascimento. Na maioria das vezes deixam a decisão
de abortar nas mãos de mulheres, em consulta com o rabino.
No Islão, há
correntes diferentes, que vão desde a proibição estrita do aborto até a
permitirem de forma incondicional. A
ideia comumente aceite é a de que o
feto começa a ter "alma" após 120 dias de gestação, por isso o aborto
é permitido geralmente até esse tempo. A mãe, sua saúde e vida têm sempre
prioridade mesmo nas correntes mais radicais.
O Hinduísmo considera a vida humana em
perpétua evolução, sempre favorece a vida e a saúde das mulheres e permite a
interrupção da gravidez numa perspectiva muito ampla.
Nas várias
escolas do budismo é o respeito essencial para a vida, toda vida, e a rejeição
de toda a violência. Também
essencial é a intenção com que age a pessoa e o auto-conhecimento que cada pessoa
tem do que faz. A partir dessas
perspectivas, há uma grande flexibilidade na decisão de abortar, considerando
as diversas circunstâncias em que uma pessoa decide.
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