sexta-feira, junho 22, 2012



INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
 À ENTREVISTA Nº 53 SOBRE O TEMA:
 “ABORTO?” (9º e último)

Outras vozes mais sãs e mais piedosas

Pastores, padres, freiras, até mesmo bispos, desafiam e contradizem as posições do Vaticano sobre o aborto.  Essa é, por exemplo, a opinião do Cardeal Paulo Evaristo Arns, que durante anos serviu como arcebispo de São Paulo, Brasil.  Falando relativamente às gravidezes forçadas de estupro, disse:
 - “ O conselho que devemos dar a qualquer rapariga que foi estuprada é imediatamente ir ao ginecologista e faça o tratamento.  Não espere até que a criança esteja formada dentro de si. Este é o conselho que recebi do meu professor de moral há cinquenta anos.”
E esta é a opinião da religiosa católica e teóloga brasileira Ivone Gebara: 

- “A mulher não é obrigada a abortar ou não abortar, mas deve ter o direito de decidir”.  A sociedade nega esse direito às mulheres pobres, desde o momento em que lhes nega o direito à educação sexual. Se uma menina de 15 anos diz que não pode prosseguir com a gravidez, a sociedade tem o direito de se assumir como culpada, porque antes da gravidez a sua responsabilidade social não foi cumprida.  Então eu apoiaria a descriminalização do aborto, mas acompanhada por uma educação sexual.  Eu acredito que os estados não devem criminalizar o aborto e devem ser dadas condições às mulheres que procuram abortar por opção, para que possam fazer no menor tempo possível”.
Para entender o aborto a partir da perspectiva de dois eminentes ginecologistas cristãos recomendo o livro esclarecedor "A tragédia do aborto. Em busca de um consenso ", e José Aníbal Faúndes Barzelatto (Editora Terceiro Mundo, 2005). A escritora chilena Isabel Allende diz o seguinte:

- “O aborto é um problema que afecta quase todos, directa ou indirectamente, pelo menos uma vez na vida.  Ninguém é a favor do aborto.  É uma solução desesperada que não agrada a ninguém e sempre deixa cicatrizes emocionais e físicas.”

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