INFORMAÇÕES COMPLEMENTARES
À ENTREVISTA Nº 53 SOBRE
O TEMA:
“ABORTO?” (9º e último)
Outras vozes mais sãs e mais piedosas
Pastores,
padres, freiras, até mesmo bispos, desafiam e contradizem as posições do
Vaticano sobre o aborto. Essa
é, por exemplo, a opinião do Cardeal Paulo Evaristo Arns, que durante anos
serviu como arcebispo de São Paulo, Brasil. Falando relativamente às gravidezes
forçadas de estupro, disse:
- “ O
conselho que devemos dar a qualquer rapariga que foi estuprada é imediatamente
ir ao ginecologista e faça o tratamento. Não
espere até que a criança esteja formada dentro de si. Este é o conselho que recebi do meu
professor de moral há cinquenta anos.”
E esta é a
opinião da religiosa católica e teóloga brasileira Ivone Gebara:
- “A mulher não é obrigada a abortar
ou não abortar, mas deve ter o direito de decidir”. A sociedade nega esse direito às
mulheres pobres, desde o momento em que lhes nega o direito à educação
sexual. Se uma menina de 15 anos diz que não pode prosseguir com a gravidez,
a sociedade tem o direito de se assumir como culpada, porque antes da
gravidez a sua responsabilidade social não foi cumprida. Então eu apoiaria a
descriminalização do aborto, mas acompanhada por uma educação sexual. Eu acredito que os estados não devem
criminalizar o aborto e devem ser dadas condições às mulheres que procuram
abortar por opção, para que possam fazer no menor tempo possível”.
Para
entender o aborto a partir da perspectiva de dois eminentes ginecologistas
cristãos recomendo o livro esclarecedor "A tragédia do aborto. Em busca de um consenso ", e
José Aníbal Faúndes Barzelatto (Editora Terceiro Mundo, 2005). A escritora
chilena Isabel Allende diz o seguinte:
- “O aborto
é um problema que afecta quase todos, directa ou indirectamente, pelo menos
uma vez na vida. Ninguém é a
favor do aborto. É uma solução
desesperada que não agrada a ninguém e sempre deixa cicatrizes emocionais e
físicas.”
|
<< Home