À
ENTREVISTA Nº 56 SOBRE
O TEMA: “HOMOSSEXUALIDADE” (2)
Paulo, um fariseu
Ao
rejeitar o texto tão excludente de Paulo contra os homossexuais (1 Coríntios 6:
9-10), Jesus lembra a Raquel que Paulo era um fariseu. Saulo de Tarso - era o seu nome e a cidade de nascimento - não conhecia Jesus, e nunca leu nenhum dos textos
que os evangelistas escreveram sobre Jesus, porque foram escritos depois dele
ter viajado pelas principais cidades do império, Atenas, Corinto, Tessalónica, Alexandria,
espalhando a sua própria interpretação da vida e da mensagem de Jesus. Com toda a probabilidade, uma
interpretação enviesada pelas suas origens culturais e teológicas.
As
viagens e a capacidade de organização de Paulo foram fundamentais para difundir
o cristianismo pelo Império Romano. Mas
o "Cristianismo" de Paulo foi em tudo fiel à mensagem original de
Jesus e do seu movimento, caracterizado pela exigência da inclusão e da equi dade nas relações humanas? Hoje abunda reflexão que contrasta a
tradição de Jesus com a de Paulo e assinala essas contradições entre eles.
Ao
contrário de Jesus, Paulo nasceu numa família rica e recebeu uma educação
completa em grego e educação rabínica, com os doutores da Lei em Jerusalém. Na fase da sua vida pré-cristã, Paulo
perseguiu violentamente os primeiros seguidores de Jesus por estar muito perto da
mentalidade dos fariseus, que era severa, intolerante, preconceituosa e
excludente e foi constantemente questionada e rejeitado por Jesus. A
partir desta concepção religiosa, e com base em posteriores experiências
pessoais e emocionais, Paul interpretou Jesus e sua mensagem mas sempre ficou algo das suas
origens farisaicas.
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