À
ENTREVISTA Nº 56 SOBRE O TEMA:
“HOMOSEXUALIDADE”
(6 cont.)
Os
Tribunais da Inqui sição desapareceram
no Peru e no México em 1820 e em 1821 em Cartagena e no Brasil. Mas as atitudes não mudam por decreto
e o machismo homofóbico continua a ser uma marca da cultura latino-americana. No século XX, o suicídio, o sigilo
total, baixa auto-estima, a marginalização, assassinato, tornou-se o pão de
cada dia de milhões de gays, lésbicas e transexuais na América Latina,
rejeitados por suas famílias, humilhados na ruas, incapazes de conseguir
trabalho.
Investigações
no Brasil, país que deverá acomodar mais de 17 milhões de homossexuais, mostram
que de todas as minorias sociais, gays e lésbicas são as mais odiados,
observando-se um contínuo que vai do abuso verbal a um tratamento humilhante
nos mídia, violência física nas ruas, prisões arbitrárias e assassinatos. No México, hoje, as pessoas
homossexuais são chamadas de "41", em memória dos 41 prisioneiros
homossexuais que numa uma única noite em 1901, foram submetidas à pena
humilhante, forçados a varrer as ruas da capital e lavar as latrinas público.
Cuba
destacou-se em meados da década de 60, a violência com que perseguiu, capturou e
forçou a exilarem-se centenas de homossexuais, identificando a homossexualidade
com a decadência capitalista. O
filme "Morango e Chocolate", de Tomas Gutierrez Alea, e o livro
testemunhal de Reinaldo Arenas, "Antes Que Anoiteça” revelam a
intolerância homofóbica de um período que já está felizmente superado.
Até
meados da década de 90 o homossexualismo continuou a ser um crime no Chile,
Equador, Cuba, Nicarágua e Porto Rico. No
começo do século XXI ainda persistiam leis contra a "sodomia" em Porto Rico. Os bispos e clérigos da Igreja
Católica e, mais recentemente, com maior rancor, as autoridades das igrejas
evangélicas fundamentalistas, nunca deixaram de atacar os homossexuais nos
mídia e nos púlpitos.
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