À Consideração do Sr. Ministro das Finanças alemão e dos
compatriotas que nele se revêem.
A Dimensão Humanista de Aristides Sousa Mendes
Português, nascido em Cabanas de Viriato, Carregal do Sal,
licenciado em Direito, ingressou na carreira diplomática tendo exercido funções
em muitas cidades do mundo a última das quais Bordéus, em França, no ano de
1939, pouco antes do início da 2ª G.G. onde se vai confrontar com um problema
de consciência:
- Por um lado, a afluência
de milhares de refugiados que com a invasão da França pelas tropas alemãs, apareceram em Bordéus na esperança de conseguir um Visto para a liberdade, Américas do
Norte e do Sul;
- Por outro lado,
obedecer às ordens recebidas pelo seu próprio Governo – Salazar – que o impedia
de passar vistos aos refugiados, especialmente judeus, sob pena de vir a ser
castigado.
Afirmou à data, Aristides, que entre desobedecer a Deus ou a
Salazar ele não hesitava na opção a fazer com todas as consequências que daí
pudessem advir e que o levaram a morrer na mais completa pobreza embrulhado
numa túnica de franciscano por não ter, sequer, de seu, um simples fato.
É preciso não esquecer que o mal feito pelos alemães à Europa e ao mundo ainda está presente na memória viva de muitas pessoas e isso deve ser levado em linha de conta pelos actuais responsáveis políticos alemães que estando, de novo, a comandar os destinos da Europa podem ter, outra vez nas suas mãos, a responsabilidade de garantir a paz. Esta Comunidade Europeia, como todos sabemos, é um projecto de Paz e a paz constrói-se todos os dias com inteligência e sensibilidade.
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