DAS
RELÍQUIAS
RELÍQUIAS
O Santo Sudário
No Antigo Testamento, o Livro dos Números (19,11-16) manda não
tocar em cadáveres e rejeitar qualquer coisa que tenha estado em contacto com
eles. Por causa destas tradições derivadas de sua herança judaica, em seus primórdios,
o cristianismo não reverenciava, nem mesmo apreciava as relíqui as. Mas a partir do século III, quando o
cristianismo se tornou religião oficial em todo o Império Romano, isto mudou
drasticamente já que gregos e romanos não tinham essa norma religiosa.
Nos finais do Séc.IV apareceram as
primeiras relíqui as de Cristo:
lascas e pedaços de cruz, de autenticidade duvidosa, dado o tempo decorrido
desde o tempo de crucificação de Jesus. Elena, mãe do imperador Constantino,
começou a levar para Roma as relíqui as
que havia encontrado nas suas viagens pela Palestina.
Desde então, o culto das relíqui as começou em ascensão. Os
comerciantes, hábeis, percebendo o lucrativo negócio da compra e venda de relíqui as, dedicaram-se a falsificar todo o tipo de
“objectos sagrados”.
No século VI não havia igreja, humilde que fosse, que não
tivesse as suas próprias relíqui as:
ossos, dentes e cabelo de "santos", pedaços de pano de suas vestes,
tudo o que tinha estado em contacto com os seus corpos vivo ou morto. As mais
valiosas eram, naturalmente, as de Maria e de Jesus.
Luigi Garlaschelli, professor de Química Orgânica na Universidade
de Pavia, fez uma experiência científica com materiais e técnicas já existentes
na Idade Média, esfregando um pigmento com traços de ácido num lençol de linho
colocado sobre um voluntário.
De seguida o pigmento foi envelhecido artificialmente
pelo cientista, que aqueceu e lavou o pano, resultando numa imagem
desfocada parecida com aquela que existe no sudário conservado na Catedral
de Turim.
“Mostrámos que é possível reproduzir algo com as mesmas
características do Sudário', disse Garlaschelli, cuja experiência reforça as
dúvidas colocadas por testes de carbono 14 efectuados em 1988 em vários
laboratórios. Nessa altura, a data de elaboração da falsa relíqui a foi calculada como sendo entre 1260 e
1390.
A Igreja Católica não aponta o sudário como uma relíqui a de Jesus Cristo. O Papa João Paulo II, a
quem o objecto foi oferecido pela Casa de Sabóia, salientou que se trata de
'uma questão de fé'.
Nota
É isto que as religiões têm de bom: é tudo uma questão de
fé…
<< Home