segunda-feira, junho 24, 2013

A Santíssima Trindade

Temos então um Deus em três partes, ou três em um? A Enciclopédia Católica esclarece-nos a questão naquilo que constitui uma autêntica obra-prima de raciocínio lógico apurado:

«Na unidade do Divino existem três Pessoas, o Pai, o Filho e o Espírito Santo, sendo todas verdadeiramente distintas umas das outras, assim sendo, o Pai é Deus, o Filho é Deus, o Espírito Santo é Deus, e no entanto não existem três Deuses, mas sim um Deus»

Se isto não fosse suficientemente claro, a mesma Enciclopédia cita São Gregório, o Taumaturgo, teólogo do Séc. III:

 «Nada existe, portanto, na Trindade que seja criado, nada que seja sujeito a outrem: nem existe nada que tenha sido acrescentado como se não tivesse existido anteriormente, mas antes houvesse sido introduzido mais tarde: por isso o Pai nunca foi sem o Filho, nem o Filho sem o Espírito Santo e esta mesma Santíssima Trindade é imutável e para sempre inalterável»

Sejam quais forem os milagres que valeram o cognome a São Gregório, não foram com certeza milagres de pura lucidez.

As suas palavras carregam aquele travo caracteristicamente obscurantista da teologia que, ao contrário da ciência ou da maioria dos restantes ramos do conhecimento humano, nada avançou ao longo destes últimos 18 séculos.

Thomaz Jefferson estava certo quando afirmou que «o ridículo é a única arma que pode ser utilizada contra proposições inteligíveis. As ideias devem ser nítidas antes de a razão poder agir com base nelas, e nenhum homem, alguma vez, teve uma ideia nítida a cerca do que seja a trindade. Não passa do abracadabra dos saltimbancos que a si próprios se intitulam sacerdotes de Jesus».


(continua)

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