Hakuna Matata |
HAKUNA MATATA
(Ferreira Fernandes do DN)
Quarta-feira, 10 de Junho, pela tarde,
havia governo em
Portugal. Havia então duas opiniões no país, ambas legítimas:
uns diziam que era um governo com pernas para andar, outros, que era um governo
que urgia que caísse.
Como o governo tinha maioria e não
pretendia demitir-se, o governo da tarde do dia 10 de Junho era para se manter.
Com um porém: o Presidente da República tinha alguns poderes (e só ele os
tinha) que lhe permitiam pôr uns pozinhos na engrenagem. E nessa noite o
Presidente da República falou.
Podia ter puxado o tapete ao governo,
mas não o fez. Podia ter dado a bênção, e também não o fez. O que fez foi
dizer: «hakuna matata» que por ser swahilli, poucos entenderam mas eu entendi.
E foi um reboliço – um ex-futuro
ministro voltou às cervejas e um promovido teve de voltar ao albergue das Necessidades…
Hoje é sábado e estamos assim. No próximo
sábado, dia 20, dez dias depois de ter começado a inqui etação,
voltamos a conversar, está bem?
E o que disse de importante o Presidente
da República? Eu digo já:
- Nas savanas do sopé do Kilimanjaro, os
pastores passam horas em cima de uma só perna, sem fazer nada, antes de mudar
para a outra perna, dizem: «Hakuna Matata» e depois passam mais horas sem fazer
nada.
Em português, «hakuna matata» quer dizer: “Eu
bem vos avisei”.
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