sábado, julho 13, 2013

Hakuna Matata
HAKUNA MATATA
(Ferreira Fernandes do DN)


Quarta-feira, 10 de Junho, pela tarde, havia governo em Portugal. Havia então duas opiniões no país, ambas legítimas: uns diziam que era um governo com pernas para andar, outros, que era um governo que urgia que caísse.

Como o governo tinha maioria e não pretendia demitir-se, o governo da tarde do dia 10 de Junho era para se manter. Com um porém: o Presidente da República tinha alguns poderes (e só ele os tinha) que lhe permitiam pôr uns pozinhos na engrenagem. E nessa noite o Presidente da República falou.

Podia ter puxado o tapete ao governo, mas não o fez. Podia ter dado a bênção, e também não o fez. O que fez foi dizer: «hakuna matata» que por ser swahilli, poucos entenderam mas eu entendi.

E foi um reboliço – um ex-futuro ministro voltou às cervejas e um promovido teve de voltar ao albergue das Necessidades…

Hoje é sábado e estamos assim. No próximo sábado, dia 20, dez dias depois de ter começado a inquietação, voltamos a conversar, está bem?

E o que disse de importante o Presidente da República? Eu digo já:

- Nas savanas do sopé do Kilimanjaro, os pastores passam horas em cima de uma só perna, sem fazer nada, antes de mudar para a outra perna, dizem: «Hakuna Matata» e depois passam mais horas sem fazer nada.

Em português, «hakuna matata» quer dizer: “Eu bem vos avisei”.

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