segunda-feira, julho 15, 2013

MONOTEÍSMO
(Parte III)

Richard Dawkins – “A Desilusão de Deus”



Um vigário anglicano, Giles Frazer, que era também tutor de filosofia na Universidade de Oxford escreveu a propósito da religião na Inglaterra, no jornal Guardian um artigo que tinha como título «A criação da igreja Anglicana retirou Deus da religião, mas existem riscos numa abordagem mais enérgica da fé».

Dizia ele nesse artigo:

«Houve tempos em que o vigário da aldeia era figura obrigatória das “dramatis personae” inglesas. Este afável excêntrico que bebia chá, tinha os sapatos engraxados e boas maneiras, representava um tipo de religião que não fazia as pessoas que não eram religiosas sentirem-se constrangidas.

Não perdia as existenciais estribeiras nem encostava ninguém à parede para perguntar se estava salvo, e muito menos era capaz de iniciar cruzadas a partir do púlpito ou de colocar bombas à beira da estrada em nome de um qualquer poder superior».

O artigo termina com o autor a lamentar uma tendência mais recente da Igreja Anglicana no sentido de voltar a levar a religião a sério sendo a última frase um aviso.

 - «O que é preocupante é que podemos vir a libertar o génio do fanatismo religioso inglês da caixinha oficial em que permaneceu adormecido durante séculos».

O génio do fanatismo religioso campeia na América actualmente actual de uma forma que deixaria horrorizados os Pais Fundadores que acreditavam na manutenção do afastamento da religião relativamente à política.

Thomas Jefferson, um dos Pais Fundador da América e principal autor da Declaração da Independência, provavelmente, seria ateu.

Em 1787, ele próprio escrevera ao sobrinho, Peter Car, o seguinte:

 - “ Se se concluir que Deus não existe, encontrarás incentivos à virtude no consolo e no gosto que irás sentir neste mesmo exercício, bem como no amor que assim suscitarás nos outros.”

E mais adiante acrescenta:

 - “Repele todos os receios de preconceitos servis, sob os quais as mentes fracas servilmente se agacham. Amarra firme a razão ao seu assento e submete ao seu tribunal cada facto, cada opinião.

Com arrojo questiona até mesmo a existência de um Deus, porque se existir, ele há-de mais depressa aprovar a homenagem da razão do que a do medo vendado.”

James Madisson 4º Presidente dos E.U.A. (1751- 1836) escreveu:

 - “Durante quase 15 séculos, a autoridade oficial do Cristianismo foi posta à prova. Quais foram os resultados? Por toda a parte e em maior ou menor grau, orgulho e insolência no clero, ignorância e servilismo nos leigos. E nuns e noutros, superstição, preconceito e perseguição.”

E podíamos continuar com Benjamin Franklin que dizia que «os faróis são mais úteis que as igrejas».

John Adams, 2º Presidente dos E.U.A. (1735-1826), escreveu sobre o Cristianismo:

 - “Segundo eu percebo, a religião cristã, ela foi e é uma revelação. Mas como é que milhões de fábulas, contos e lendas se misturaram com as revelações de origem judaica e cristã, tornando-a a mais sangrenta religião que alguma vez existiu?”.

E numa outra carta:

 - “Quase estremeço, quando penso em aludir ao mais fatal exemplo de causas de padecimento que a história da humanidade preservou – a Cruz. Veja-se as calamidades que essa máquina de padecimento causou.”

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