Douglas Adams |
A Conversão ao
Ateísmo de
Douglas Adams
Ateísmo de
Douglas Adams
Douglas Noël Adams (Cambridge, 11 de Março de 1952 — Santa Bárbara, 11 de Maio de 2001) foi um escritor e comediante britânico,
famoso por ter escrito esquetes para a série televisiva Monty Python's Flying Circus, junto com os
integrantes desse grupo de humor nonsense,
e pela série de rádio, jogos e livros The Hitchhiker's Guide to the Galaxy.
Os fãs e amigos de Adams o descreveram também como um activista
ambiental, um assumido ateísta radical e amante dos automóveis possantes, câmaras,
computadores Macintosh e outros 'apetrechos tecnológicos'.
O biólogo Richard Dawkins dedicou-lhe seu livro The God Delusion
– “A Desilusão de Deus - e
nele descreve como Adams compreendeu a teoria da evolução e, tornou-se um ateísta. Adams era um
entusiasta de novas tecnologias, tendo escrito sobre email e usenet antes de tornarem-se amplamente
conhecidos. Até o fim de sua vida, Adams foi um requi sitado
professor de tópicos que incluíam ambiente e tecnologia. Faleceu aos 49 anos
vítima de um ataque cardíaco.
O comovente e divertido relato que Douglas Adams faz da sua
própria conversão ao ateísmo radical – ele insistia no “radical” para o caso de
alguém o confundir com um agnóstico – é uma prova do poder do Darwinismo
enquanto despertador das consciências.
Espero ser perdoado por me permitir alongar tanto na citação
que se segue. A minha desculpa é que a conversão Douglas pelas minhas obras
anteriores, que não pretendiam converter ninguém, me inspirou a dedicar à sua
memória este livro.
Numa entrevista reeditada postumamente, um jornalista
perguntou-lhe como se tinha tornado ateu.
Douglas iniciou a resposta explicando como se fizera
agnóstico, logo acrescentando:
- «Eu pensei, pensei. Mas não tinha muito por onde avançar,
por isso não cheguei a nenhuma decisão.
Tinha imensas dúvidas em relação à ideia de deus mas não
sabia o suficiente sobre o que quer que fosse para o substituir por um bom
modelo de uma eventual explicação para, sei lá, a vida, o universo e tudo o que
há.
Mas eu insisti e continuei a ler e continuei a pensar. A
certa altura, estava eu a entrar na casa dos 30 quando tive um encontro com a
biologia evolutiva, particularmente sob as formas dos livros de Richard
Dawkins, o Gene Egoísta e, a seguir, o Relojoeiro Cego.
De repente, (creio que ao ler o Gene Egoísta pela segunda
vez) todas as peças se encaixaram. Era um conceito de uma simplicidade
assombrosa, mas que deu origem, naturalmente, a toda a infinita e
desconcertante complexidade que a vida contem.
O espanto que inspirou em mim fazia parecer com que o
espanto de que as pessoas falam relativamente à experiência religiosa me
parecesse francamente pateta quando postos ambos lado a lado.
Eu colocaria o espanto da compreensão acima do espanto da
ignorância, não tenho dúvidas sobre isso.»
É evidente que o conceito de simplicidade assombrosa de que Adams aqui fala nada tinha a ver
comigo. Ele falava era de Darwin e da sua Teoria da Evolução por Selecção Natural – o grande despertador de consciências científico.
Douglas, tenho saudades tuas. És o meu convertido mais
inteligente, o mais alto e possivelmente também o único. Espero que este livro
te consiga fazer rir – embora não tanto como tu a mim.
Richard Dawkins – “A Desilusão de Deus”
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