Essa tem muita graça!.... |
A Primeira
Gargalhada
(continua 3)
O riso é um mecanismo
altamente eficaz para levar os membros de um grupo a sentirem o mesmo ao mesmo
tempo.
Pensemos num sinal
eléctrico a percorrer uma célula nervosa. Quando chega ao fim, provoca a
libertação de substâncias químicas no minúsculo espaço (a sinapse) entre
células nervosas, o que, por sua vez, faz as células adjacentes dispararem,
propagando o sinal.
Agora pensemos em alguém a
rir. Se o riso tem lugar num contexto apropriado, leva espontaneamente outros a
rirem-se até todo o grupo estar a rir.
A propagação do sinal é
quase tão rápida e automática como a propagação de um sinal eléctrico de uma
parte de um determinado cérebro para outra.
Se o riso tem lugar num
contexto inapropriado (por ex. num funeral), provavelmente vai provocar um
olhar reprovador por parte do resto do grupo e quem ri depressa se vai dar
conta do erro.
É difícil pensarmos em nós
como neurónios de um cérebro de grupo, mas é isso precisamente que temos de
fazer para compreender plenamente o que significa fazer parte de um organismo
de grupo disperso.
Quando é apropriado, o
riso provoca a boa disposição de toda a gente, como sabemos por experiência
própria. Mecanicamente, o cérebro liberta um cocktail de químicos semelhantes
aos que se tomam artificialmente quando se quer passar um bom bocado com o ópio
ou a morfina.
Ao contrário do riso,
consumir estas substâncias faz-nos sentir bem sem nos levar a agir bem.
É que ao fim de uma
infinidade de anos de evolução, estes químicos só se libertam naturalmente
quando nos fazem agir de uma maneira que aumenta a nossa capacidade de
sobrevivência e reprodução.
No que diz respeito aos
químicos do cérebro, a mãe natureza sabe o que faz...
Por que motivo a boa disposição aumentou a capacidade de sobrevivência e de reprodução dos nossos antepassados, veremos amanhã.
(Continua)
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