O riso é um elixir que torna possível o desenvolvimento humano |
A PRIMEIRA
GARGALHADA
(continuação)
A vida consiste numa hierar
Não podemos aprender
coisas novas se estamos preocupados com a refeição seguinte ou receosos pela
nossa vida.
Os nossos antepassados
passavam uma grande quantidade de tempo a procurar comida e a temer pela vida
quando desceram das árvores e se aventuraram nas planícies africanas
sustentados pelas suas duas pernas vacilantes.
Os períodos de segurança e
saciedade eram poucos e espaçados.
É provável que o riso
humano tivesse começado a evoluir como um sinal para identificar esses períodos
e rapidamente estabelecer uma «multiplicidade partilhada de intersubjectividades»
para tirar o maior partido dele.
As coisas que os nossos
antepassados aprendiam nos períodos de bom humor estavam longe de ser
superficiais.
Já alguma vez pensaram
porque motivo um cavalo ou uma vaca demoram três anos a tornar-se adultos
enquanto um chimpanzé leva cerca de doze e nós cerca de dezoito?
- Em parte a resposta é porque precisamos de
adqui rir mais informações dos
membros do nosso grupo e o nosso ciclo de vida se alargou em conformidade com
isso.
O nosso período prolongado
de desenvolvimento juvenil (em comparação com os outros primatas) evoluiu
aproximadamente ao mesmo tempo que a nossa capacidade rir.
Quanto menos dependíamos
dos nossos genes no que diz respeito à maneira de nos comportarmos, mais
tínhamos de depender dos membros do nosso grupo, o que exigia tirar o melhor
partido possível dos períodos de segurança e saciedade.
O medo e a fome são
tóxicos para o desenvolvimento humano, enquanto o riso é um elixir que o torna
possível, tanto no que diz respeito aos nossos antepassados como a nós mesmos.
David Sloan Wilsson – “A Evolução para Todos”
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