Os Grandes ballets da Corte |
A Evolução
para Todos
(David Slown Wilsson)
As Artes Vitais
A Dança
(continuação - 1)
A harmonia induzida pela
dança é tão visceral que deve ter uma base genética e a dificuldade em
descrever exactamente por palavras a euforia sentida deve-se ao facto de ela
emanar de partes do cérebro que existiam antes da nossa de linguagem ter
evoluído.
Tal como já referimos a
quando da “Primeira Gargalhada” é provável que já dançássemos antes de falarmos
ou até de pensarmos em termos humanos modernos.
Desde um estádio muito
recuado da nossa evolução, a dança terá feito parte da “fisiologia social” que
define e coordena os grupos humanos.
Maurice de Sax, marechal
de França, que viveu no Séc. XVIII, compreendeu a natureza instintiva da dança
sem precisar de a estudar cientificamente:
- “Façam-nos marchar em cadência. É todo o
segredo, e é o passo militar dos romanos… Toda a gente já viu pessoas a dançar
a noite inteira mas peguem num homem e façam-no dançar um quarto de hora sem
música e vejam se ele aguenta… O movimento ao som da música é natural e
automático.
Quando os tambores rufam
enquanto a bandeira é içada os soldados marcham em cadência sem intenção e sem
se darem conta do que fazem. É a natureza e o instinto a fazê-lo por eles.
O poder visceral da dança
tornou possível formar exércitos de pessoas que não tinham qualquer razão
objectiva para combater. Pelo simples facto de marcharem ao ritmo e devido a
outras actividades comuns, ficaram emocionalmente ligadas umas às outras.
Aqueles que não tiveram
uma experiência deste tipo de ligação talvez tenham dificuldade em compreender
a sua intensidade, mas muitos veteranos da guerra reconheceram que a
experiência do esforço comum na batalha constituiu o ponto alto das suas vidas.
O “eu” de cada um
transforma-se em “nós”, o “meu” converte-se em “nosso” e o destino individual
perde a sua importância central…
Penso que isto é nada mais
nada menos que a garantia da imortalidade que torna o auto-sacrifício
relativamente fácil nesses momentos…
Posso cair, mas não morro,
pois isso que é real em mim continua a viver nos camaradas pelos quais dei a
vida…
Luís XVI de França,
utilizou a dança utilizou a dança na corte como um instrumento de coesão de
grupo. Enquanto o Inspector-Geral de Infantaria usava o treino militar para
criar o exército mais poderoso da Europa, o monarca exigia que os nobres mais
poderosos de França vivessem longos períodos na corte, onde tomavam parte em
bailes elaborados e outros rituais.
Ele próprio um dançarino
exímio, o rei ocupava-se da instrução desses nobres até eles terem vinte e seis
anos, após o que era substituído por dançarinos profissionais, que criaram a
forma de arte do ballet clássico.
Luís XVI continuou a tomar
parte nos bailes e esperava que os seus cortesãos fizessem o mesmo.
Dançar unificou a nação
francesa, tal como a nação da Suazilândia.
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