terça-feira, novembro 26, 2013

Os Grandes ballets da Corte
A Evolução

para Todos
(David Slown Wilsson)


As Artes Vitais

A Dança
(continuação - 1)


A harmonia induzida pela dança é tão visceral que deve ter uma base genética e a dificuldade em descrever exactamente por palavras a euforia sentida deve-se ao facto de ela emanar de partes do cérebro que existiam antes da nossa de linguagem ter evoluído.

Tal como já referimos a quando da “Primeira Gargalhada” é provável que já dançássemos antes de falarmos ou até de pensarmos em termos humanos modernos.

Desde um estádio muito recuado da nossa evolução, a dança terá feito parte da “fisiologia social” que define e coordena os grupos humanos.

Maurice de Sax, marechal de França, que viveu no Séc. XVIII, compreendeu a natureza instintiva da dança sem precisar de a estudar cientificamente:

 - “Façam-nos marchar em cadência. É todo o segredo, e é o passo militar dos romanos… Toda a gente já viu pessoas a dançar a noite inteira mas peguem num homem e façam-no dançar um quarto de hora sem música e vejam se ele aguenta… O movimento ao som da música é natural e automático.

Quando os tambores rufam enquanto a bandeira é içada os soldados marcham em cadência sem intenção e sem se darem conta do que fazem. É a natureza e o instinto a fazê-lo por eles.

O poder visceral da dança tornou possível formar exércitos de pessoas que não tinham qualquer razão objectiva para combater. Pelo simples facto de marcharem ao ritmo e devido a outras actividades comuns, ficaram emocionalmente ligadas umas às outras.

Aqueles que não tiveram uma experiência deste tipo de ligação talvez tenham dificuldade em compreender a sua intensidade, mas muitos veteranos da guerra reconheceram que a experiência do esforço comum na batalha constituiu o ponto alto das suas vidas.

O “eu” de cada um transforma-se em “nós”, o “meu” converte-se em “nosso” e o destino individual perde a sua importância central…

Penso que isto é nada mais nada menos que a garantia da imortalidade que torna o auto-sacrifício relativamente fácil nesses momentos…

Posso cair, mas não morro, pois isso que é real em mim continua a viver nos camaradas pelos quais dei a vida…

Luís XVI de França, utilizou a dança utilizou a dança na corte como um instrumento de coesão de grupo. Enquanto o Inspector-Geral de Infantaria usava o treino militar para criar o exército mais poderoso da Europa, o monarca exigia que os nobres mais poderosos de França vivessem longos períodos na corte, onde tomavam parte em bailes elaborados e outros rituais.

Ele próprio um dançarino exímio, o rei ocupava-se da instrução desses nobres até eles terem vinte e seis anos, após o que era substituído por dançarinos profissionais, que criaram a forma de arte do ballet clássico.

Luís XVI continuou a tomar parte nos bailes e esperava que os seus cortesãos fizessem o mesmo.

Dançar unificou a nação francesa, tal como a nação da Suazilândia.

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