segunda-feira, novembro 18, 2013

Para Princípio de Conversa…

O princípio da evolução postula que as espécies que habitaram e habitam o nosso planeta não foram criadas independentemente, mas descendem umas das outras, ou seja, estão ligadas por laços evolutivos. Esta transformação, denominada evolução das espécies, foi apresentada e explicada satisfatoriamente por Charles Darwin, no seu tratado A origem das espécies, em 1859.

A base da evolução biológica é a existência da variedade, ou seja, as diferenças individuais entre os organismos de uma mesma espécie. Na grande maioria das vezes, os indivíduos produzem uma grande quantidade de descendentes, dos quais apenas uma parte sobrevive até a fase adulta.

Assim, por exemplo, a cada ano, o salmão põe milhares de ovos, uma ave produz vários filhotes,. No entanto, as populações das espécies em um ecossistema em equilíbrio não crescem indiscriminadamente. Isto significa que os indivíduos são seleccionados na natureza, de acordo com suas características. Frequentemente menos de 10 % da prole sobrevive. 

Os indivíduos que apresentarem características vantajosas para a sua sobrevivência, como por exemplo, maior capacidade de conseguir alimento, maior eficiência reprodutiva, maior agilidade na fuga de predadores, têm maior chance de sobreviver até a idade reprodutiva, na qual irá passar estas características individuais vantajosas à prole. Isto ocorre porque todas as características estão imprensas nos genes do indivíduo. Este é o Princípio da Selecção Natural de Darwin.


A Primeira Gargalhada

Vou socorrer-me do Livro de David Sloan Wilson “A Evolução para Todos” pela mesma razão que ao longo da “vida” deste Blog me socorri e continuarei a socorrer dos livros de Richard Dawkins.

É que eles são reconhecidos cientistas do comportamento humano na linha evolucionista que têm essa extraordinária qualidade de nos fazer chegar conhecimentos de uma forma acessível e ao mesmo tempo interessante. Aprender com eles é um prazer.

No Memórias Futuras, regularmente conto-vos anedotas, enfim, umas terão mais graça do que outras, algumas já as conhecerão mas a ideia é sempre a mesma: provocar-vos um sorriso que seja porque não tenho veleidades da gargalhada.

Rir faz bem. A minha neta Matilde com 10 meses feitos ontem, tem imensa propensão para rir. Não diz uma palavra, nem mamã, mas ri sem qualquer artifício de cócegas. Ri pela simples razão que me rio para ela e ela responde espontaneamente na mesma moeda.

Basta ver-me e ri-se logo porque me deve identificar com “aquele que se ri” e o seu riso traduz-se numa imagem de felicidade que por sua vez me contagia e dessa forma ambos ficamos felizes. É assim há meses a esta parte, uma espécie de linguagem da boa disposição.

Portanto, justifica-se que eu comece o livro de David Sloan exactamente pela Primeira Gargalhada e perceberão que esta “coisa” do riso “tem mais de que se lhe diga”.

Mas antes ainda, deixem-me recordar uma célebre noite de anedotas, era eu soldado-cadete e estava no campo, numa espécie de manobras. No fim dessas manobras, na última noite, os oficiais reuniram-se e caiu-se numa sessão de anedotas que terá ficado como a mais divertida de toda a minha vida.

Um tenente miliciano médico resolveu puxar do seu reportório e ele, que tinha uma fisionomia séria e circunspecta que apontaria para tudo menos para o humor, demonstrou ser o melhor contador de anedotas que eu jamais ouvi.

Fez-nos a todos chorar a rir durante horas até uma fase em que o riso em nós já era pegado, menos a ele que nunca riu… Ficou célebre a anedota da vaca que a pedido da "audiência" teve de contar mais que uma vez e que eu nunca me atrevi a repetir porque ele era inimitável e eu me sentiria ridículo a contá-la.

E é assim o riso. Fez a minha felicidade de uma noite que nunca esqueci e passaram tantas outras depois dessa...

Vamos a David Sloan:

“Superficialmente, o riso, tal como o suicídio, a homossexualidade, a arte, parece difícil de explicar numa perspectiva evolutiva.

Porque fazemos estas coisas quando elas parecem supérfluas ou mesmo prejudiciais para a nossa sobrevivência e reprodução?

Porém, o riso é tudo menos supérfluo. Pensemos em alguns factos básicos que toda a gente sabe: toda a gente é capaz de rir, excepto umas quantas que, tragicamente, sofrem de uma deficiência mental grave.

Os bebés começam a rir entre os dois e quatro meses, muito antes da aquisição da linguagem. Mesmo os bebés que sofrem de surdez e cegueira riem, pelo que ouvir e ver o riso dos outros não é necessário.

Rir é, essencialmente um fenómeno social; sabemos isso por experiência própria, mas os estudos mostram que a probabilidade de rirmos na companhia dos outros é mais de trinta vezes superior à de nos rirmos sozinhos.
(continua)

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