ZELOTAS
A palavra "zelota" vem de "zelo". Os zelotas eram apaixonados na defesa da honra de Deus. Um Deus zeloso, que não tolerava outros deuses - o dinheiro, o imperador romano, as leis injustas – dava-lhes o seu nome: fanáticos zelosos.
Os zelotas actuavam na clandestinidade, alguns como guerrilheiros, especialmente na Galiléia, onde o controle de Israel era mais débil. Tinham um programa de reforma: proclamavam que a propriedade devia ser redistribuída de forma justa. Propunham o fim das dívidas inspirando-se na Lei de Moisés do Ano da Graça. Opunham-se ao pagamento de impostos a Roma. Os camponeses, oprimidos por impostos, simpatizavam com o movimento, escondendo os seus membros e colaborando com eles.
O grupo mais radical dos zelotas foi o dos “sicários” porque usavam sempre punhais de pequeno porte, chamados “sicas”, debaixo do manto e muitas vezes cometiam atentados contra os romanos. Os Zelotas entendiam a sua luta como uma verdadeira “guerra santa” e praticavam o sequestro de pessoas importantes, invadiam as propriedades e as casas de romanos ricos e saqueavam os arsenais romanos. A punição para esses crimes contra o Império Romano foi a morte na cruz.
Os zelotas não eram revolucionários sanguinários, o que hoje chamamos de "terroristas". Também não se podiam identificar como um partido político, como agora entendemos o termo.
A sua ideologia estava enraizada numa tradição religiosa profunda: os israelitas olhavam para o seu país como uma "terra santa" que não poderia ser oprimida por estrangeiros. Caracterizava-os um nacionalista apaixonado e uma espiritualidade muito profunda com base nas mensagens dos profetas.
Quanto à sua prática, numa visão de curto prazo, era a libertação imediata de Israel do jugo romano.
Ideologicamente, o grupo foi, talvez, o que mais claramente representou a ânsia de liberdade que o povo de Israel tinha sentido nos últimos séculos de sua história.
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