o Cancro
Assim como as plantas e os animais que vivem em liberdade abandonam zonas actualmente ocupadas para colonizarem novas zonas, a adaptação final que garante o sucesso de um tumor é dispersar-se, enviando propágulos para colonizarem novas zonas do corpo.
Nesta altura, se não antes, o tumor
interfere com funções vitais do organismo e a grande experiência evolutiva
chega ao fim. A invasão tecidular e as metástases são responsáveis por 90% das
mortes por cancro.
A evolução do cancro parece o cúmulo da
estreiteza de vistas. Cada “avanço” mutacional que permite a uma linha celular
evitar os seus “predadores” (o sistema imunitário), vencer os seus
“competidores” (as células que funcionam normalmente) e colonizar outras zonas
do corpo (metástases) fá-la aproximar-se mais da sua própria morte.
Mesmo se um tumor permanecer benigno,
desaparecerá com a morte natural do organismo, dado não existir nenhum
mecanismo que lhe permita passar de um corpo para outro.
A evolução dentro do organismo é incapaz
de impedir esta inutilidade. Só a evolução entre organismos pode criar o
desfecho de vistas largas de células que colaboram para o bem comum.
Temos sorte por a selecção actuar de
forma tão vigorosa a este nível e durante tanto tempo que o cancro é uma doença
rara que se manifesta sobretudo numa idade avançada.
Se conseguirmos extinguir-nos como
espécie, será devido ao mesmo tipo de estreiteza de vistas que leva as células
cancerosas a acelerarem a sua própria morte.
Fim
Tiago Rodrigues, português, investigador
na Universidade de Cambridge lidera uma equi pe
que descobriu agora uma técnica de Ressonância Magnética que aumenta a
sensibilidade deste equi pamento mais
de dez mil vezes.
Esta notícia que se espalhou à
velocidade da luz mereceu o seguinte comentário a Castro Caldas, oncologista e
investigador em Cambridge: “…é como se estivéssemos a
ver o tumor a respirar”.
Quando se está a seguir um
doente oncológico é agora possível, ao fim de 24 a 48 horas, perceber se o
tratamento está a fazer efeito, se o tumor está a diminuir ou se será melhor
outra opção terapêutica. Isto poupa sofrimento e dinheiro ao doente,
abrindo-lhe, mais rapidamente, outras perspectivas de tratamento.
Antero Abrunhosa e Francisco
Alves da Universidade de Coimbra produziram três novas moléculas, de nomes
muito complicados, que podem fazer a diferença na detecção de vários tipos de
cancro como o da próstata. Aguarda aprovação do Infarmed para poder ser
utilizado.
O valor da inteligência
portuguesa no mundo…
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