sábado, dezembro 14, 2013

Como

Compreender

 o Cancro



Assim como as plantas e os animais que vivem em liberdade abandonam zonas actualmente ocupadas para colonizarem novas zonas, a adaptação final que garante o sucesso de um tumor é dispersar-se, enviando propágulos para colonizarem novas zonas do corpo.

Nesta altura, se não antes, o tumor interfere com funções vitais do organismo e a grande experiência evolutiva chega ao fim. A invasão tecidular e as metástases são responsáveis por 90% das mortes por cancro.

A evolução do cancro parece o cúmulo da estreiteza de vistas. Cada “avanço” mutacional que permite a uma linha celular evitar os seus “predadores” (o sistema imunitário), vencer os seus “competidores” (as células que funcionam normalmente) e colonizar outras zonas do corpo (metástases) fá-la aproximar-se mais da sua própria morte.

Mesmo se um tumor permanecer benigno, desaparecerá com a morte natural do organismo, dado não existir nenhum mecanismo que lhe permita passar de um corpo para outro.

A evolução dentro do organismo é incapaz de impedir esta inutilidade. Só a evolução entre organismos pode criar o desfecho de vistas largas de células que colaboram para o bem comum.

Temos sorte por a selecção actuar de forma tão vigorosa a este nível e durante tanto tempo que o cancro é uma doença rara que se manifesta sobretudo numa idade avançada.

Se conseguirmos extinguir-nos como espécie, será devido ao mesmo tipo de estreiteza de vistas que leva as células cancerosas a acelerarem a sua própria morte.

Fim


Tiago Rodrigues, português, investigador na Universidade de Cambridge lidera uma equipe que descobriu agora uma técnica de Ressonância Magnética que aumenta a sensibilidade deste equipamento mais de dez mil vezes.

Esta notícia que se espalhou à velocidade da luz mereceu o seguinte comentário a Castro Caldas, oncologista e investigador em Cambridge: “…é como se estivéssemos a ver o tumor a respirar”.

Quando se está a seguir um doente oncológico é agora possível, ao fim de 24 a 48 horas, perceber se o tratamento está a fazer efeito, se o tumor está a diminuir ou se será melhor outra opção terapêutica. Isto poupa sofrimento e dinheiro ao doente, abrindo-lhe, mais rapidamente, outras perspectivas de tratamento.

Antero Abrunhosa e Francisco Alves da Universidade de Coimbra produziram três novas moléculas, de nomes muito complicados, que podem fazer a diferença na detecção de vários tipos de cancro como o da próstata. Aguarda aprovação do Infarmed para poder ser utilizado.

O valor da inteligência portuguesa no mundo…

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