Largo do Seminário em Santarém |
Hoje
É
Domingo
(Na minha cidade de Santarém em 23/3/14)
Em termos cósmicos o futuro do nosso país oscila entre o buraco negro e a nebulosa. Na melhor das hipóteses é candidato a um milagre da Nossa Senhora de Fátima...
Entrámos já em período de campanha
eleitoral para as eleições Europeias que são de grande importância para o
futuro da Europa, talvez a sua derradeira oportunidade.
Nesta fase, a maior parte do que é dito
pelos políticos envolvidos na disputa dos votos, não pode ser levado muito a
sério...
A conversa tende a radicalizar-se e as pessoas,
confundidas pelos argumentos e desesperadas pelos sacrifícios que lhe estão a
ser exigidos, muito provavelmente, irão abster-se de votar como espécie de
vingança contra a classe política e a democracia que tanto as castiga.
E, no entanto, fazem mal. O nosso futuro
irá estar, juntamente com os de outros países do sul da Europa e no fundo, da
própria Europa, muito mais nos deputados do Parlamento Europeu e nas Instâncias
Comunitárias, do que naqui lo que os
portugueses possam agora fazer cá dentro e é bastante... mas já não chega.
As dificuldades, o desemprego, a perda
generalizada de economia gera desânimo nas pessoas, desorientação, torna–as alvos
fáceis para os arrazoados radicais chauvinistas, racistas, de poder anti -
democrático, de salvadores da pátria que nós conhecemos na Alemanha, Itália,
Espanha, Portugal e que nos conduziram a guerras terríveis.
Sabemos que a apologia da ordem, da
disciplina, da autoridade, que em si mesmo são positivos, quando fazem parte de
discursos populistas como ideias de força, escondem regimes que impõem formas
de pensar e destroem a liberdade.
Lembrem-se destes versos de Maiakovski, poeta russo:
« Na primeira noite eles se aproximam
e roubam uma flor
do nosso jardim.
E não dizemos nada.
Na segunda noite, já não se escondem;
pisam as flores,
matam nosso cão,
e não dizemos nada.
Até que um dia,
o mais frágil deles
entra sozinho em nossa casa,
rouba-nos a luz, e,
conhecendo nosso medo,
arranca-nos a voz da garganta.
E já não podemos dizer nada.» (Ver Nota)
É
indispensável que não os esqueçamos...
Os
nossos filhos, netos e bisnetos têm o direito a viver numa sociedade que os
respeite, que não lhes meta medo para além daquele que a própria vida contem.
Temos
que nos agarrar a esta Europa com tudo o que ela possui de errado, temos que
dar uma oportunidade aos deputados europeus das forças democratas para que
melhorem as instituições, para que tentem vencer os naturais egoísmos pessoais
e de cada país como forma de sobrevivência do todo.
Não
queremos o Sr. Putin nem todos os outros “Putines” que se escondem atrás dos
discursos inflamados da extrema - direita e que se aproveitam do
descontentamento justificado dos cidadãos para os enganarem com promessas
douradas.
Não
queremos “Erdogans”, como o chefe do governo desse país de paisagens únicas e
repositório de ruínas de antepassados da nossa cultura que é a Turqui a, e que mandou fechar na 5ª Fª à noite o acesso
ao twiter para que não se falasse dos seus negócios de corrupção...
Temos
que assumir o nosso papel de cidadãos responsáveis e perceber que a nossa
aventura está aqui , dentro de uma
Europa democrática porque é esse o nosso espaço.
A nossa
aventura de povos de países europeus é essa. O mundo já não permite que cada
um por si, individualmente, seja bem sucedido.
Nota - Este belo poema tem sido atribuído erradamente a Vladimir Maiakóvski. Pertence, de facto, ao brasileiro, poeta e escritor, Eduardo Alves da Costa, de Niteroi, Rio de Janeiro, nascido em 1936.
Nota - Este belo poema tem sido atribuído erradamente a Vladimir Maiakóvski. Pertence, de facto, ao brasileiro, poeta e escritor, Eduardo Alves da Costa, de Niteroi, Rio de Janeiro, nascido em 1936.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home