quinta-feira, abril 17, 2014

Alentejano descansando à sombra de uma azinheira...


Como é um alentejano? 

- É, assim, a modos que atravessado. Nem é bem branco, nem preto, nem castanho, nem amarelo, nem vermelho....

E também não é bem judeu, nem bem cigano.

Como é que hei-de explicar?
É uma mistura disto tudo com uma pinga de azeite e uma côdea de pão:


 Dos amarelos,  herdámos a filosofia oriental, a paciência de chinês e aquela paz interior do tipo "não há nada que me chateie";


Dos pretos, o gosto pela savana, por não fazer nada e pelos prazeres da vida;



Dos judeus, o humor cáustico e refinado e as anedotas curtas e autobiográficas;

Dos árabes, a pele curtida pelo sol do deserto e esse jeito especial de nos escarrancharmos nos camelos;

Dos ciganos, a esperteza de enganar os outros convencendo-os de que são eles que nos estão a enganar a nós;

Dos brancos, o olhar intelectual de carneiro mal morto;

Dos vermelhos, essa grande maluqueira de sermos todos iguais.


O alentejano, como se vê, mais do que uma raça pura, é uma raça apurada. 

Ou melhor, uma caldeirada feita com os melhores ingredientes de cada uma das raças.
Não é fácil fazer um alentejano.
Por isso, há tão poucos.

É certo que os judeus são o povo eleito de Deus.
Mas os alentejanos têm uma enorme vantagem sobre os judeus:
nunca foram eleitos por ninguém, o que é o melhor certificado da sua qualidade.

Conhecem, por acaso, alguém que preste que já tenha sido eleito para alguma coisa?


Até o próprio Milton Friedman reconhece isso quando afirma que:

 - «as qualidades necessárias para ser eleito são quase sempre o contrário das que se exigem para bem governar».


E já imaginaram o que seria o mundo governado por um alentejano?


Era um descanso!!!...

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