terça-feira, abril 22, 2014

Queda de Constantinopla 1453
UMA LIÇÃO DE HISTÓRIA
(Por Bernardo Mariano)

I

1.    VIRAGEM DO SÉCULO XIV PARA O SÉCULO XV





Começamos pela grande crise que assinala o fim da Idade Média e o início do Renascimento.

Ainda mal refeita da mortandade causada pela pandemia chamada de peste negra que põe meados do Séc.  XIV dizimou entre um terço a metade da população europeia na época (período bem retratado no famoso filme O Sétimo Selo, de Ingmar Bergman) a Europa Cristã vê-se de novo a braços com a ameaça muçulmana.

Esta, cuja presença no continente se fazia sentir, então, já só na Península Ibérica, e mesmo aí confinada ao emirado de Granada, na parte sul da Andaluzia, assomava de novo, agora no Sudeste do continente: na Turquia asiática, uma nova potência surgira, fundada pelo sultão Otman I, suplantando os Seldjúcidas: era o Império Otomano o qual, tirando partido do enfraquecimento progressivo di Império Bizantino, se foi expandindo para Ocidente, ocupando gradualmente os territórios ex-bizantinos nas penínsulas helénica e balcânica.

No final do Séc. XIV, o Império Bizantino é cada vez mais uma ficção, uma memória histórica pois tirando os territórios circundando Constantinopla (actual Istambul), tudo o resto foi acrescentado ao Império Otomano.

O assédio final à grande metrópole oriental sobreviverá em 1453 e a sua conquista, por Maomé II, no final de Maio desse ano, marcará futuramente, na historiografia ocidental, o corte entre a Idade Média e Idade Moderna.

(continua)

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