domingo, junho 08, 2014

Largo do Seminário ou Sá da Bandeira
Hoje É Domingo


( Na Minha cidade de Santarém em 8/6/2013)












É terrível quando um país pobre como Portugal, pobre e fortemente endividado porque não produz riqueza suficiente para as despesas do seu Estado, o que vem a acontecer há muitos anos, é apanhado por um mercado financeiro que diz: “agora já não emprestamos mais ou então têm de pagar um juro que vos leva os olhos da cara”.

É terrível porque obrigados a negociar “planos de ajustamento das suas finanças” vão aceitar sacrifícios que recaem, naturalmente, sobre os mais pobres e se traduzem em desemprego, trabalho precário, baixos salários e emigração.

Eu interiorizei, ainda no governo anterior, de José Sócrates, que iríamos todos ficar mais pobres porque não sei de situação alguma em que se saia de uma dívida com um sorriso nos lábios.

A partir dos governos de Cavaco Silva, de 1985 a 1995 a vida dos portugueses melhorou consideravelmente e as “máquinas” do Estado, das Autarquias, das Empresas Públicas e os Serviços Sociais aumentaram e melhoraram consideravelmente.

Foi bom, foi um período em que uma alargada classe média que não existia antes parecia estar consolidada, as pessoas assim o julgavam ao comprarem casas para pagarem no futuro a contar com os seus rendimentos que tinham na altura.

Infelizmente, não havia uma contrapartida na produção de riqueza e o almejado e tão procurado petróleo teimou em não aparecer.

Veio a Troyka, foi-se a Troyka mas ficaram os compromissos, as obrigações o que vem a dar exactamente no mesmo. O Governo, obrigado a fazer cortes na Despesa do Estado anda às “turras” para não dizer “cabeçadas” com o Tribunal Constitucional que em nome de princípios como a igualdade, solidariedade, justiça, proporcionalidade, etc... não deixa fazer os cortes que ele quer com a agravante de que este Tribunal não tem apelo nem recurso.

E o Governo pergunta:

 - Então, senão posso fazer cortes – claro que pode e já os fez – como me é possível cumprir as metas que me são impostas em matéria de redução de Deficits e de pagamento de Juros?

A Europa, que teve muitas culpas no cartório na situação a que se chegou, assiste passiva e cinicamente com o último cheque de 2 mil e tal milhões de euros do empréstimo na mão dizendo: “senão cumprem não o levam”.

Manuela Ferreira Leite, antiga ministra das Finanças do partido que está no governo que agora faz comentários na Televisão não muito agradáveis para o seu partido, diz que não faz mal porque nós nem já precisamos daquele dinheiro...

Enfim, os portugueses parecem resignados, eles têm a percepção de que façam o que fizerem, excepção a um número crescente de gloriosos empresários e a um sol que não deixa de nos iluminar na transparência de um céu azul incomparável que atrai cada vez mais turistas, tudo continuará na mesma... os políticos sem se entenderem porque é assim a nossa democracia e eles, os cidadãos, com o coração aos saltos porque não sabem o dia de amanhã.

Leio hoje no Jornal e quase não acredito que alguém levantou do Banco Espírito Santo de Angola 525 malas de notas de 100 dólares, no valor de um milhão cada uma, o que corresponde a um camião TIR, que desapareceram... Uma parte para contas não se sabe de quem e a outra para contas do presidente e de um administrador do Banco... pasme-se!

De certeza com a impunidade a que já nos habituámos no BPN e no BPP. Felizmente, o Governo de Angola por causa dos riscos sistémicos - a mesma razão que levou à nacionalização do nosso BPN que vamos todos pagar -  decidiu dar um aval de 5.500 milhões porque o total dos créditos concedidos pelo BES de Angola, não se sabe a quem, ascendem a 5.700 milhões de dólares que lá irão para o povo angolano pagar não esquecendo que o BES de Portugal é o maior accionista daquele Banco.

Nada a fazer... o mal é mesmo deste mundo ou melhor de alguns indivíduos deste mundo cuja ganância não tem limites nem castigo.

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