acabou para nós
Terminou com enorme alívio a
participação de Portugal no Mundial de Futebol no Brasil.
Pode dizer-se que tudo correu bem até ao
apito para o início do jogo com a Alemanha: a viagem, os transportes entre as
cidades brasileiras, os estágios, as acomodações nos melhores hotéis, tudo correu pelo melhor.
A equi pa
portuguesa tinha-se arrastado durante a fase de eliminação e só foi apurada à
custa dos belíssimos golos do Cristiano no jogo com a Suécia. Agora, não fora o
guarda-redes do Gana ter-se apiedado e oferecido – lhe a bola para ele marcar e
teria passado pelo Mundial completamente anónimo e num total vazio de golos.
Anónimo do ponto de vista desportivo, já
se vê, porque do mediático as suas fãs corresponderam completamente às expectativas
para delícia da Televisão que não perdeu pitada, o que foi esplêndido para as
audiências.
Entretanto, o árbitro apitou para o
início do jogo com a Alemanha e a equi pa
desmoronou-se como um castelo de cartas. Caíam para o chão como se fossem tordos
dando-nos a impressão iam presos por arames.
O descontrole nervoso do Pepe levou-o a
simular uma cabeçada no adversário. Foi expulso logo no princípio do jogo e
castigado pela Organização com um jogo o que, de acordo com o jogador, só lhe
deu razão pois, se tivesse mesmo dado a cabeçada, tinha apanhado mais jogos de
castigo. Afinal estava inocente...
As simulações de agressão no futebol não
são faltas, de acordo com o Pepe, que está a preparar-se para introduzir a
capoeira, contributo da cultura brasileira, para enriquecer e animar os jogos
de futebol...
No máximo, ao longo dos três jogos, no
todo, a equi pa terá alinhado pouco mais de meia
dúzia de jogadas com princípio, meio e fim e da vitória com o Gana que nos
tirou do último lugar do nosso Grupo é melhor não falar dela...
Parece que houve um bruxo, lá no Gana,
que tinha feito feitiço para a equi pa
do seu país ganhar. Hum...não sei o que lhe irá agora acontecer.
O nosso seleccionador Paulo Bento,
irritado, gritava para a televisão ainda antes do terceiro e último jogo que não se demitia porque não queria
demitir-se, a Federação não o queria demitir e o respectivo Presidente, que o
considerou o melhor treinador do mundo, também não o queria demitir e, para
além disso, tinha um contrato até 2016.
Ora, num país em crise, no futebol tal como
na actividade política, a defesa do emprego é primordial. Quem não compreende isto?
Tudo dignificante... mas nós, com base
na memória dos últimos campeonatos em que participámos devíamos já estar
preparados para todo este foguetório.
Eu só não digo que a televisão abusou
porque já percebi não haver limites para estas coisas e da próxima vez, se
houver próxima vez, o que não irá ser fácil pois o Cristiano já cá não estará
para levar a equi pa ás costas, ainda
pode ser pior.
No futuro, a acontecer, podemo-nos
confrontar com uma ligação de todos os canais generalistas 24 horas ao dia a
acompanhar os eventos da selecção, velando pelo sono dos nossos jogadores e metade da população a ser interpelada por
pés de microfone para nos confidenciar o que pensa da equi pa
nacional. Como se vê, o céu é o limite, se é que ele é limite para alguma
coisa...
Eu gosto de futebol, sou do Sporting
desde miúdo, como sabem, já fui sócio e só deixei de o ser porque não gosto de ser apalpado por homens para poder entrar no estádio.
Pago para ter um canal que me permite ver os jogos da Liga Inglesa, do Real Madrid e a partir de agora talvez do Barcelona livres do tédio e da irritação que era aquele tiki-taki.
Pago para ter um canal que me permite ver os jogos da Liga Inglesa, do Real Madrid e a partir de agora talvez do Barcelona livres do tédio e da irritação que era aquele tiki-taki.
O futebol é um jogo simples, não exige a
técnica do ténis, todos sabemos dar um chuto na bola e bem jogado por jogadores
exímios é um espectáculo lindo num grande palco com linhas brancas a quebrar a
monotonia do verde!
Nos modernos aparelhos de televisão com
imagens tão reais, em velocidade normal ou ao ralenti, o sofá transformou-se em
bancada central mas no estádio, empunhando o cachecol do nosso clube, revivemos
o sentimento que nos ligava à nossa antiga tribo sem a qual a nossa vida não
era sequer concebível.
De hoje em diante posso continuar a ver
o resto do Mundial de Futebol no Brasil descansado e descontraído com as minhas
preferências, é claro, mas com distanciamento, sem nada que me doa cá dentro.
Agora, que ganhe o melhor e que esse
melhor fale português.
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