domingo, julho 20, 2014

Largo do Seminário
HOJE É 

DOMINGO


(Na minha cidade de Santarém em 

19/7/14)









Mas porque é que temos de continuar a ser enxovalhados, mais uma vez, por esta gente dos Bancos?

Porque é que as autoridades deste país, as pessoas honestas, suportam, contemporizam e desculpam estes fulanos que fazem pouco de nós e nos arruínam?

Foi o Oliveira e Costa, do BPN, João Rendeiro do BPP, Jardim Gonçalves do BCP e agora Salgado Espírito Santo do BES. Ainda falta algum?

 - Isto são Bancos ou uma Associação Financeira de malfeitores? -  pergunta alguém.

Grandes e convictos defensores da privatização da Banca como factores dinamizadores da actividade económica do país interrogam-se agora se não foi um risco demasiado ter-se entregue os Bancos a banqueiros que se revelaram irresponsáveis, desonestos e de uma ambição sem limites.

Ricardo Salgado, já falido, corrido da Administração do Banco, ainda se propunha ser Presidente de um Conselho Estratégico sem ter a noção do que se passava à sua volta, da realidade que o cercava, saindo como dama ofendida dizendo que se ia embora voluntariamente porque estava a ser vítima de um assassínio de carácter.

Henrique Granadeiro, depois de ter surripiado dos sócios da PT de que era Presidente do Conselho Executivo quase 900 milhões de euros, metade do valor da empresa, para o dar ao Salgado, era ainda considerado pelos seus pares “uma pessoa que merece o nosso respeito”...

Ou seja, não é só a impunidade, é o grau de intimidade, o carinho, o respeito a que esta gente se habituou, faça o fizer, diga o que disser, mesmo que seja o “ai aguenta, aguenta”.

Eu nunca renunciaria à minha pátria, à minha condição de ser português pelo orgulho de tantos que nascidos na mesma terra que eu, deram exemplos de coragem, heroicidade, trabalho, inteligência, génio, mas estes senhores fazem-me corar de vergonha, fazem-me parecer lorpa aos olhos dos outros que não envergam a minha camisola.

Eles não nos roubam apenas, o que já não era pouco porque ficam impunes, mas fazem também pouco de nós, reduzem-nos a um grau de estupidez que nos deixa complexados, inferiorizados, divididos sobre nós próprios como um todo.

“Não foi a Rio Forte, o Grupo Espírito Santo e a sagrada família que faliram, também faliu uma democracia alicerçada em corrupção e apoiada em políticos inúteis e vendidos”, disse ontem aqui transcrevendo o autor do Jumento, mas a dimensão é tal que também podemos perguntar se chegámos a sair alguma vez das monarquias absolutas, se D. Pedro IV sempre ganhou a D. Miguel, como reza a história, se o Salazar chegou realmente a cair abaixo da cadeira, e se o 25 de Abril não terá sido apenas uma bebedeira colectiva da qual vamos acordando com estes nossos políticos e banqueiros.

Somos submissos, servis e bajuladores dos ricos e poderosos porque nos está nos genes? – É que a história repete-se tantas vezes que parece mesmo ser coisa de sangue.

Desde a revolução do 25 de Abril que os nossos políticos nos enganam fazendo campanhas para conquistar votos através de promessas. Prometer é algo a que eles não resistem certos de que nós vamos cair outra vez e não é que vamos mesmo?

O António José Seguro, que foi esbracejando contra o Passos durante 3 anos de oposição, sofre agora de uma diarreia de promessas que até arrepia... mas com garantias, diz ele, que fez as contas e sabe até onde vai buscar o dinheiro para nos dar e tudo.

Desta vez podemos mesmo acreditar porque ele é um político de provas dadas... Sem dúvida, nascemos para ser enganados, estas nossas “carinhas” são um convite ao logro e aos contos do vigário.

Mas então, se a Troyka, a CMVM, o Banco de Portugal, instituições dotadas dos melhores técnicos da Administração portuguesa e europeia foram completamente enganados até há 10 dias atrás pelo Salgado, porque é que o Tozé com aquela carinha de menino do coro não há-de também de nos querer enganar?

Para não ser passado pelo António Costa a gente sabe lá o que ele não será capaz de dizer e prometer.

Por que não abandona ele aquela compostura formal de sorriso Pepsodente e não aceitou de imediato, com coragem, o desafio que Costa lhe lançou em vez de andar a fazer penar o partido e o país até 28 de Setembro? Um político sem coragem é um simples burocrata.

Mais uma vez nos estão a fazer passar por parvos...

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