terça-feira, setembro 23, 2014

A SEVERA

José Malhoa ia já nos 53 anos quando começou a pintar a cena em que Adelaide ouvia, embevecida, Amâncio a tocar o que era então uma arte menor. No intervalo das sessões de pintura havia cenas de pancadaria entre o casal e era preciso que o pintor os fosse buscar aos calabouços do Governo Civil. Ele, era um marginal que vivia na legalidade com a navalha a sair do bolso, um "fadista" como eram chamados. Ela, a Adelaide da Facada, por causa de uma cicatriz que apresentava na face. Malhoa tentou ainda contratar modelos profissionais mas, como ele próprio disse: "Não me davam nada do que eu sentia e visse ao natural": a boémia dos bairros populares de Alfama, Bairro Alto e Mouraria.




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