Como
irá ser?
O
futuro escapa-se-nos… o nosso destino em pouco ou nada está nas nossas mãos, a
não ser para o mal porque para o bem está em Bruxelas, na Europa ou mais
concretamente, na Alemanha.
Quem nasceu, como eu, no início da 2ª
G.G. Mundial e foi contemporâneo do que os alemães fizeram à Europa e ao mundo,
das atrocidades que praticaram, perguntou-se se eles eram pessoas ou monstros e
a resposta foi de que, afinal, foram simplesmente pessoas que fizeram coisas
monstruosas.
Pela segunda vez estão a lançar a Europa
no desemprego, na ruína e na pobreza, porque se as suas grandes qualidades como
povo, pelo menos apregoadas, são a disciplina, rigor e trabalho, o seu grande
defeito é o excesso de orgulho em ser alemão.
Nasceu o projecto europeu com uma moeda que é o marco alemão com o nome de euro
perfeitamente ajustado à sua economia mas desadequado a economias frágeis como
a de Portugal.
Na
liderança deste projecto a Alemanha impôs uma política de rigor orçamental tão
drástica que provocou altas taxas de desemprego, de emigração forçada e de
recessão económica.
Cada
país europeu não pode estar sozinho, isolado, sem dimensão – Portugal representa apenas 2% da
economia europeia, repito, 2% - para poder resolver os seus problemas e entrar
no diálogo com os outros grandes espaços económicos e populacionais como a
China, Brasil, Índia, Estados Unidos.
O projecto de uma Europa unida era a
solução quase óbvia mas no fundo a Alemanha sempre pensou em si e os restantes
países aceitaram segui-la sem força e discernimento para se oporem a um
projecto de “serviços mínimos” que estava condenado ao fracasso.
O projecto europeu era de tal forma
difícil de pôr em prática que só numa solução integral seria viável.
Limitado a pouco mais de que uma moeda única era fácil antever que, mais cedo ou mais tarde, por isto ou por aqui lo, a
diferente capacidade, dimensão, estado de desenvolvimento económico dos países
que a compunham, teria que levar a bloqueios.
Limitado a pouco mais de que uma moeda única era fácil antever que, mais cedo ou mais tarde, por isto ou por a
A moeda única, só por si, mais
agravou a situação porque sendo a moeda o “espelho das economias”( assim me
ensinou o meu falecido professor Alfredo de Sousa), com economias diferentes,
ainda por cima com taxas de juro baixas e acesso fácil ao crédito, tinha que
dar asneira.
Era preciso ter sido ambicioso e ter
tido a coragem, como sempre defendeu Mário Soares, de avançar para um governo
europeu, um exército europeu, uma única política externa e uma legislação no
domínio fiscal e do trabalho que nos aspectos essenciais fosse comum.
O que se fez foi um esboço.
Desmantelámos a nossa agricultura e pescas no que seria bom para a europa… Em
troca recebemos dinheiro que acabou em grande parte em meia dúzia de bolsos e
serviu para alimentar vícios.
Em desabafo, a este projecto
envergonhado de uma Europa Unida, reconhecido como tal pelo actual
presidente eleito Jean Claude Junker, que já advertiu para o facto de que
“estamos a brincar com o fogo” e ainda o ano passado alertou para o perigo de
uma revolta social.
Neste
momento, o Banco Central Europeu pôs dinheiro para investimento à disposição dos Bancos ao preço da
“uva mijona” mas as empresas não investem porque não há estímulos em termos de
poder de compra das pessoas.
A
inflacção, o “bicho de sete cabeças dos alemães”, está muito baixa e ronda
mesmo a deflação, como no nosso caso. Cortes e mais cortes na Despesa Pública
levam ao desânimo e ausência de esperança no futuro, retracção no consumo e,
naturalmente, isto é mau para a economia.
A França
já disse não conseguir cumprir o deficit de 3% para este ano e o 1ºMinistro
foi falar com a Merkel.
Como
será se eles não cumprirem? Abre-se uma excepção e Portugal vai continuar
obrigada a cumprir os seus deficites? No corrente ano, talvez, mas em 2015?
Temos
um novo Parlamento e Governo Europeus a entrarem em funções. Será que
conseguem contrariar a política da toda poderosa Alemanha?
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home