sexta-feira, setembro 12, 2014

Factor decisivo
A Escolha está Feita












O embaixador Seixas da Costa, ex-colega meu de Curso, mais novo, homem muito inteligente com um percurso profissional de grande qualidade, ironizava um dia destes – ele que se afirma conhecedor do PS – que dificilmente alguém mudará de voto por causa destes confrontos e eu acrescento que o próprio acto de inscrição para o voto já pressupõe uma prévia escolha.

Os portugueses são, regra geral, pessoas emocionais como bons latinos pensam muito com o coração, pouco predispostos a escolhas racionais. Esta é a sensação que temos, verdadeira ou não.

No caso de Costa e Seguro ninguém vai para a escolha a partir do zero à espera dos confrontos verbais entre ambos para se decidir.

Se alguém nesta disputa se inscrevesse para votar partindo do zero o que seria natural é que não se inscrevesse mesmo, a não ser que o faça com segundas intenções, o que também pode acontecer.

Vencer a inércia, sair de casa, deslocar-se a um local que nem sequer sabe onde fica ou envolver-se nas “tecnologias de informação” para se inscrever através da Internet, pressupõe uma vontade direccionada para um dos candidatos e se um deles era o que estava no lugar certo para vir a ser, provavelmente, 1º Ministro, é lógico pensar que aqueles que se deram ao trabalho de inscreverem-se são, maioritariamente, os que querem a mudança e ela só pode estar com António Costa.

Eu, ao contrário do embaixador Seixas da Costa, não conheço o Partido Socialista por dentro mas, se para mim alguma opinião conta, é a dele.

Em 40 anos de democracia nunca vi nenhuma sondagem falhar rotundamente. Erros de 20 ou mesmo de 10 pontos percentuais são praticamente impossíveis em condições normais com as actuais técnicas de medir a opinião e estes são os valores que separavam e continuam a separar os dois candidatos de acordo com os números que ainda ontem foram publicados no Jornal.

O resto, 80 medidas ou 6 e meia só interessa verdadeiramente aos staffs e muito entendidos mas esses há muito que já estão nas suas barricadas.

Importante mesmo é o carisma, seja isso o que for, que cada um dos políticos tem e se foi formando ao longo dos anos pois tanto um como o outro são velhos conhecidos dos militantes e simpatizantes do Partido Socialista.

Seguro, que nunca gostou de Sócrates, herdou o seu legado mas ao longo de três anos, ele próprio o admitiu, “anulou-se para manter a paz no partido". Ou seja, por calculismo e taticismo, dissimulou a sua posição, optou pela ocultação. Entre a coragem e a cobardia optou pela cobardia.

Quando o “traidor” António Costa desafiou a sua liderança entregando, democraticamente, a escolha aos militantes do partido em Congresso, ele recusou esse confronto e adiou-o para as “calendas gregas” à espera de um milagre, prejudicando o partido e o país, mais uma vez por cobardia.

É evidente que estas manifestações de falta de coragem política contrariam as tiradas quixotescas e as acusações de traição ao seu adversário quando foi ele que se traiu a si próprio.


Estas “coisas” vão marcando por dentro os simpatizantes do partido e ajudam ao tal carisma ou falta dele, que parece agora ser o factor decisivo.

1 Comments:

Blogger Joaquim Paula de Matos said...

Peço desculpa por ter confiado na fonte

Os meus cumprimentos

Joaquim Paula de Matos

setembro 25, 2014  

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