segunda-feira, setembro 22, 2014

O Oportunista










O oportunismo e o populismo são tão flagrantes nesta fase final da campanha de Seguro que chega a assustar. Razão tem António Costa em afirmar que esta não é uma questão do partido Socialista mas do país.

Este homem que nunca fez outra coisa na vida do que baixa política mostra-se exímio em truques para conseguir os seus objectivos, truques que não irão parar depois do 28 de Setembro.

A “proposta” de diminuição do número de deputados da Assembleia para 180 que ele apresentou no Parlamento e foi desmascarada, na TV, por Marques Mendes que mostrou fotocópia de um papel assinado por ele sem nenhum valor como Proposta de Lei, diz tudo.

No entanto, a sua mente calculista, admite que por cada político que ele "eliminar" os "idiotas" dos eleitores lhe darão uns dez votos a mais pelo que 50x10 igual a 500 votos...

Os seus apaniguados vieram em sua defesa afirmando que já António Costa, enquanto Ministro dos Assuntos Parlamentares, tinha chamado a si uma proposta destas que depois não foi para a frente.

A Constituição prevê, como se sabe, limites máximos e mínimos para o número de deputados entre 180 e 230 logo, a proposta em si é legal e nada tem de escandalosa.

Escandaloso é o momento em que ela é falada, não proposta como já vimos, a 8 dias da eleição das primárias do partido numa tentativa de explorar o “ódio” do Zé Povinho aos políticos, em situações de grandes dificuldades, para caçar votos dos descontentes.

E esta “arma” de arremesso para obter votos vem exactamente de um político que nunca fez outra coisa que não fosse, rigorosamente, política, baixa política, e que é líder da segunda maior bancada parlamentar.

Um dos maiores problemas do nosso país radica nos partidos políticos, nas suas estruturas, recrutamento, ascensão, e nos deputados da nossa Assembleia, não pelo facto de serem poucos ou muitos, mas por serem de fraca qualidade ou não estarem verdadeiramente interessados em defender os interesses dos cidadãos.

Portanto, este é um assunto muito sério que deve ser estudado com profundidade pelo Parlamento no que respeita ao número e às incompatibilidades dos deputados.

Vê-lo ser assim utilizado desta forma oportunista, demagógica e populista “arrepia-me os cabelos”, confrange-me e amedronta-me porque mais uma vez percebemos o risco de um país frágil, em grandes dificuldades, com fulanos deste quilate à espera que ele lhes caia nas mãos.


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