Vila Nova de Poiares - Jardim "à raça poeirense..." |
MUDANÇA
É a palavra “força” das campanhas eleitorais, no PS do António Costa, no PS do António José Seguro e, provavelmente, irá ser no PSD de Passos Coelho, “mudança na continuidade”...
Óbvio, quando se está mal o objectivo é mudar, é a
palavra que as pessoas querem ouvir, mudar para melhor, já se vê, mas quando o
“mal” está fortemente enraizado dentro de nós, faz parte das nossas
características intrínsecas, resultado de vícios e erros do passado, as
mudanças introduzidas ficam aquém do que se pretende, não conseguem vencer as resistências, são muitas vezes
cosméticas, para “inglês ver” e depois tudo fica na mesma.
A democracia, pela qual tantos lutaram e sofreram, é
um terreno fácil e propício ao exercício da demagogia, do engano fácil e a
situação financeira a que muitas Câmaras Municipais chegaram dando um
fortíssimo contributo para o descalabro financeiro do país é bem o exemplo
disso.
Um dos testes a que devia ser submetido qualquer candidato
a autarca era o da boa, sensata e equi librada
gestão. Em vez disso, são as promessas, os discursos demagógicos, as cunhas e
os apoios comprometedores dos partidos políticos que prevalecem e decidem.
Vila Nova de Poiares, gerida durante 39 anos por Jaime
Soares, o mais antigo dos autarcas portugueses, do PSD – poderia ter sido do PS...
– como se o dinheiro fosse água que corresse das fontes e das nascentes dos
rios Mondego e Alva que passam nas suas fronteiras, foi um prodígio de "gastação".
Não faltaram os belos jardins e Largos de gosto duvidoso, piscina municipal (fechada desde 2011), instalações desportivas onde nada falta, parque de jogos radicais (pouco frequentados), tudo um regalo para a vista, um dispêndio para a carteira.
Não faltaram os belos jardins e Largos de gosto duvidoso, piscina municipal (fechada desde 2011), instalações desportivas onde nada falta, parque de jogos radicais (pouco frequentados), tudo um regalo para a vista, um dispêndio para a carteira.
Se a Câmara tinha receitas para que todas estas obras
e muitas outras mais fossem feitas não era importante. Por todo o país havia um
clima em que ter ou não receitas suficientes para as despesas não passava de um
pormenor de relativa importância. Crédito ou dinheiro, no fundo, não diferiam
muito...
Que a Câmara, hoje, mais que falida, não consiga pagar a iluminação
pública, o abastecimento de água ao domicílio, o transporte dos alunos e as
refeições escolares, etc... que interessa ao Sr. Jaime Soares?
Ele agora já não é Presidente da Câmara, esse é um
problema do Sr. João Miguel Henriques, actual Presidente. Ele que se vire...
Quem o mandou ser eleito em tempo de “vacas magras”?
O Sr. Jaime Soares, durante quase 40 anos, fez figura
de rico, encheu o olho da população do seu Conselho, orgulhosa de tudo quanto
via nascer à sua volta porque mesmo que não fossem coisas necessárias eram
bonitas, despertavam orgulho, faziam inveja, aos munícipes dos Concelhos
vizinhos... e por isso foram votando nele, eleição após eleição.
É o que tem de bom e de trágico ao mesmo tempo o poder
autárqui co na nossa democracia...
pode-se arruinar uma Câmara, levá-la à falência que não acontece nada de mal e
muito menos se vai preso, no máximo perdem-se as eleições e vai-se para casa
com uma choruda reforma.
Um gerente de um restaurante da terra que, se gerisse
da mesma forma a sua empresa abriria falência, seria penhorado e passaria ao
desemprego, lamenta que a população nunca se tenha apercebido mais cedo do modo
da gestão anterior.
Entretanto, o Sr. Jaime Soares, muito displicentemente,
naquele discurso demagógico de toda uma vida de político irresponsável, afirma:
- “Durante
cerca de 40 anos cumpri religiosamente os meus compromissos para com os
poiarenses. Estou de consciência tranqui la”.
Quem não está de consciência tranqui la é a lei, são os governos, os institutos que
deveriam supervisionar, os partidos políticos, a democracia portuguesa... e, no
fundo, a nossa própria consciência de cidadãos deste país.
Mudança, pede António Costa do PS e eu estou com ele, político
sólido, provas dadas, mas estes males profundos de que sofreram tantos
Presidentes da Câmara, maus gestores de dinheiro que não era deles - o de Vila
Nova de Poiares foi apenas um de entre muitos - está dentro de nós, não é fácil de mudar e vai
custar agora, sem os querer responsabilizar por todo o nosso mal, muitos anos
de sacrifícios a toda uma geração.
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