A azia dela será a dos europeus? |
Seria
bom não esquecer a
história…
«Quando, em maio de 1945, a Alemanha perdeu a II Guerra Mundial,
tinham morrido, ninguém sabe ao certo, uns 40 milhões de pessoas. O país estava
literalmente destruído e contava, por sua vez, cerca de sete milhões de mortos.
As potências vencedoras decidiram viabilizar economicamente a nova Alemanha,
apesar de a terem separado da Áustria e de a terem dividido: a RFA sob a tutela
da Grã-Bretanha, França e Estados Unidos; a RDA sob a tutela da União
Soviética. Mas esta solução foi bem melhor do que a que Churchil, o
primeiro--ministro inglês da guerra, chegou a planear: transformar o país num
enorme campo agrícola, sem indústrias, sem serviços, sem nada.
De 1947 até 1952 a Alemanha Ocidental recebeu, do Plano Marshal, 3,3 mil milhões de dólares. Esta dívida foi paga ao longo de 25 anos, até 1978: mil milhões pelo Governo, os restantes 2,3 mil milhões por um Fundo que emprestou esse dinheiro a juros baixos e a prazos longos, principalmente a pequenas e médias empresas.
A partir de março de 1960 - 15 anos depois do fim da guerra - a Alemanha Ocidental - graças a um dos maiores crescimentos económicos de sempre, de que o povo da RFA tem todo o mérito mas que só foi possível realizar por não ter faltado dinheiro para investir - começou finalmente a pagar indemnizações devidas a 11 Estados : a Grécia recebeu 115 milhões de marcos alemães, a França 400 milhões, a Polónia cem milhões, a Rússia sete milhões e meio, a então Jugoslávia oito milhões. Foram pagos três mil milhões de marcos a Israel e 450 milhões a organizações judaicas.
Depois da reunificação da Alemanha, com a queda do bloco soviético, a reconstrução da RDA custou, de 1991 a 2009, 1,3 biliões de dólares, sendo que 120 mil milhões vieram de ajudas externas.
Hoje a Alemanha é um dos países que mais contribuíram para ajudar o exterior. É uma das quatro ou cinco economias mais fortes do mundo. É um grande Estado.
Olho o que se passa na Grécia, onde a população, martirizada por cinco anos de austeridade, exige o fim do acordo com a troika e pede, simplesmente, mais tempo e melhores condições para pagar o que deve e para recompor a economia do país. A Alemanha olha-a com desdém, recusa o apelo, ameaça tirá-la do euro, culpa-a por irresponsabilidade e exige castigo por não cumprir os acordos da troika.
Olho esta suposta culpa dos gregos e comparo-a com a culpa dos alemães, há 67 anos. Se os vencedores da guerra de então tivessem sido tão insensatos como os dirigentes da actual guerra financeira, que restaria, agora, da grande Alemanha?»
De 1947 até 1952 a Alemanha Ocidental recebeu, do Plano Marshal, 3,3 mil milhões de dólares. Esta dívida foi paga ao longo de 25 anos, até 1978: mil milhões pelo Governo, os restantes 2,3 mil milhões por um Fundo que emprestou esse dinheiro a juros baixos e a prazos longos, principalmente a pequenas e médias empresas.
A partir de março de 1960 - 15 anos depois do fim da guerra - a Alemanha Ocidental - graças a um dos maiores crescimentos económicos de sempre, de que o povo da RFA tem todo o mérito mas que só foi possível realizar por não ter faltado dinheiro para investir - começou finalmente a pagar indemnizações devidas a 11 Estados : a Grécia recebeu 115 milhões de marcos alemães, a França 400 milhões, a Polónia cem milhões, a Rússia sete milhões e meio, a então Jugoslávia oito milhões. Foram pagos três mil milhões de marcos a Israel e 450 milhões a organizações judaicas.
Depois da reunificação da Alemanha, com a queda do bloco soviético, a reconstrução da RDA custou, de 1991 a 2009, 1,3 biliões de dólares, sendo que 120 mil milhões vieram de ajudas externas.
Hoje a Alemanha é um dos países que mais contribuíram para ajudar o exterior. É uma das quatro ou cinco economias mais fortes do mundo. É um grande Estado.
Olho o que se passa na Grécia, onde a população, martirizada por cinco anos de austeridade, exige o fim do acordo com a troika e pede, simplesmente, mais tempo e melhores condições para pagar o que deve e para recompor a economia do país. A Alemanha olha-a com desdém, recusa o apelo, ameaça tirá-la do euro, culpa-a por irresponsabilidade e exige castigo por não cumprir os acordos da troika.
Olho esta suposta culpa dos gregos e comparo-a com a culpa dos alemães, há 67 anos. Se os vencedores da guerra de então tivessem sido tão insensatos como os dirigentes da actual guerra financeira, que restaria, agora, da grande Alemanha?»
Pedro Tadeu ( Diário
de Notícias)
PS - Vi esta
semana um documentário que mostrou o que foi o drama da ocupação da França
pelos alemães e as sequelas que ela deixou entre os franceses.
Durante esses anos,
os franceses foram utilizados, humilhados, mortos, escravizados, reduzidos a
peças de um jogo por um exército invasor constituída por gente soberba,
insensível e desumana.
Comparar esses crimes
com as "trafulhices político/contabilísticas" dos gregos merecedoras do castigo
da Sra. Merkel, é a mesma coisa que confundir as traqui nices
do miúdo do 5º andar com os assaltos violentos dos gangs suburbanos.
A Srª Merkel que nem
sequer sabia comer de faca e garfo, segundo conta Helmut Kolt, e os alemães não
se esqueçam que a fome e o desespero podem acordar memórias recentes e o
projecto que foi de paz pode degenerar e atraiçoar os seus objectivos.
A crise da União
Europeia arrasta-se sem qualquer solução inteligente à vista, sem nenhum actor
político que a defenda. Berlim que lança ataques a Mário Dragui, ainda não
percebeu que a defesa intransigente da austeridade está a conduzir a zona euro
para um colapso mas agora o eixo Paris – Roma move-se e vai pôr à prova a nova
Comissão Europeia e em última instância, a reacção dos mercados.
Merkel, a "menina" como lhe chamava Kolt, e Schauble, o seu todo poderoso Ministro das Finanças, começam a estar inqui etos.
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