Dilma, de Novo
Sem estranheza, com
uma diferença menor, Dilma/ Lula voltou a ganhar.
O Brasil não é um país
é um continente, com fusos horário de várias horas dentro de si e realidades tão
diferentes de natureza cultural, económica e social que o seu maior denominador
comum foi a barriga, precisamente a barriga, ou seja, a Bolsa Família que ditou
a vitória de Dilma num país em que o voto é obrigatório.
Pensar na
barriga não é nenhuma exclusividade brasileira, em quase todo o lado é assim. No
Brasil é-o apenas num sentido mais literal da expressão.
Foi com o Governo de
Lula, em 2003, que o Programa Bolsa Família uniu vários outros programas que já
vinham de trás, do tempo de Henrique Cardoso, o Fome Zero, Bolsa Escola, Auxílio
Gás, Bolsa Alimentação e Cartão Alimentação, de forma a apoiar pessoas que
estavam em situação de pobreza e de extrema pobreza.
Muita gente contesta
esta política de Bolsas porque ela pode contribuir para favorecer a instalação de uma mentalidade de dependência do Estado funcionando como factor de acomodação que não estimula a iniciativa própria e as qualidades de
trabalho.
Pode haver nestas
críticas uma certa pertinência mas, pela primeira vez, desde os tempos
coloniais e imperiais, alguém do Governo pensou na gente mais pobre da região
do Nordeste Brasileiro que Jorge Amado tão bem retratou e que o levaria, de
certeza, caso ainda fosse vivo, a dar o seu voto a Dilma porque há razões de
humanidade e de dignidade que se sobrepõem a todas as outras.
Compete a Dilma, agora
mais experiente, conciliar as políticas sociais com as outras que mexem mais
directamente com o desenvolvimento económico numa política de solidariedade de
umas regiões mais ricas para com outras mais pobres.
O mundo rural e o
mundo urbano completam-se, não se excluem, funcionam como a reserva um do
outro.
Mais uma vez, deixei-as aqui há 4 anos, felicidades para Dilma e para o povo brasileiro e parabéns por mais uma lição de
democracia.
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