Hipátia, sábia grega, assassinada em 415 |
“Quem
era Constantino”
- Imperador e Criminoso
Um
Criminoso
A
“conversão” ao Cristianismo do imperador romano Constantino pode
interpretar-se, de entre muitas outras hipóteses, como um hábil caminho para
encobrir os seus crimes. Assim o entende o teólogo e filósofo alemão Karlheinz
Descher, no primeiro tomo da sua História Criminal do Cristianismo (Editorial
Marting Roca) obra de referência obrigatória para se conhecer a verdadeira “cara”
que a história oficial oculta.
“...esse monstro Constantino, esse verdugo hipócrita e frio, que degolou o seu
filho, matou a sua mulher, assassinou o seu pai e seu irmão político e manteve
na sua corte uma caterva de sacerdotes, sanguinários e servis, dos quais um só
seria suficiente para pôr metade da humanidade contra a outra e levá-las a
ambas ao suicídio.”
Um “Santo”
Apesar da sua trajectória criminosa, o imperador Constantino foi
venerado como um santo pela igreja cristã como agradecimento por ter convertido
o cristianismo na religião oficial do império romano. O culto a este novo
“santo” estendeu-se rapidamente, sobre tudo à custa das igrejas das igrejas do
Oriente e, no Ocidente, pelas regiões da Itália actual onde era maior a
influência bizantina.
Actualmente, as igrejas ortodoxas
Orientais veneram a São Constantino e incluem ícones com a sua imagem de santo
ao lado de sua mãe, venerada como santa Elena. Os ortodoxos celebram a festa da
mãe e do filho a 21 de Maio. Na igreja católica venera-se só a santa Elena a 18
de Agosto.
A Elena, mãe de Constantino, a
tradição atribui-lhe a descoberta do lugar onde teria estado o calvário e o
lugar onde Jesus teria sido enterrado, “o santo sepulcro”. Também se atribui a
ela a descoberta, no ano 326, da verdadeira cruz, o madeiro no qual Jesus teria
sido sacrificado o que, é claro, não passam de piedosas lendas. No ano
anterior, 325, encarregou o bispo Macário que procurasse esses “santos
lugares”.
Sem dúvida, a localização que Macário
e Elena fizeram então, e que vigora actualmente, é muito discutível. Apenas um
século depois da sua morte, a Jerusalém que Jesus conheceu estava totalmente
alterada, depois da destruição do Templo no ano 70 e da liqui dação do reino da Judeia como entidade política
depois da última sublevação dos zelotas nos anos 132-135.
No ano seguinte, Justiniano encerrou
a Academia de Filosofia de Atenas, onde se havia ensinado Platão.
Na sua magnífica novela, “Juliano ”
de Gore Vidal (Edição Roco, 1986) e na obra de Dmitri Merejkowwski, “Juliano, O
Apóstata” (Editora Globo, 1945) contam-se aspectos importantes da vida deste
Imperador:
- Juliano, Imperador (361/363), homem
de notável formação intelectual, viveu cercado de filósofos, magos, astrónomos
e leu os grandes filósofos pagãos, principalmente Platão. O seu pequeno reinado
de apenas 20 meses ficou marcado pela pretensão de harmonizar a cultura e a
justiça com os valores da antiga religião pagã de Roma. O seu apelido de
Apóstata deve-se, precisamente, ao facto de embora baptizado e educado no
cristianismo, ter-se declarado pagão. Introduziu reformas, baixou os impostos e
reafirmou a liberdade de culto.
Conta-se que em 362, empenhado na
restauração do paganismo, enviou um emissário a Delfos para consultar a
pitonisa e saber dos deuses se deveria restaurar o antigo templo de Apolo. A
resposta, ouvida do fundo da gruta sagrada, entre os vapores de louro queimado,
soou como um gemido de agonia:
- “Por terra ruiu a gloriosa moradia,
e as fontes de água estão secas. Nada resta para o deus, nem telhado nem
abrigo, e em sua mão os louros do profeta não vicejam mais. Volte e diga ao
Imperador que os deuses não estão mais aqui .”
Foi a última vez que se ouviu em
Delfos a voz dos deuses antigos. Um novo Deus já se instalara em Roma, com seus
próprios profetas e sacerdotes, e doravante dominaria o império e o mundo
Greco-Romano.
Este episódio pode ser considerado
como o marco decisivo do fim do paganismo e da vitória definitiva do
cristianismo, uma parábola sobre o triunfo da nova religião sobre a antiga.
No seu livro, o escritor
norte-americano, Gore Vidal, reconstruiu literariamente o sentir daquela época
no que se refere às perseguições e crimes dos cristãos, aos quais Juliano
chamava sempre de “Galileus”, contra os pagãos e o ambiente que antecedeu o fim
do Império Romano e fá-lo na perspectiva de Juliano, genro de Constantino, o
último dessa dinastia e o último imperador que qui s
deter o cristianismo e restabelecer o helenismo.
Destruição da Biblioteca de Alexandria
e o Assassinato da sábia Hipátia.
No ano 391, os
cristãos, encabeçados pelo patriarca Teófilo, queimaram a biblioteca de Alexandria,
a mais famosa do mundo antigo, com meio milhão de volumes escritos à mão,
textos originais que continham a ciência acumulada durante séculos e gerações.
Anos depois, em 415, o sucessor de
Teófilo, o patriarca Cirilo, destruiu-a definitivamente e animou hordas de
cristãos a assassinarem de forma cruel a sábia Hipatia, directora da
Biblioteca, escritora, professora de matemática, álgebra, geometria,
astronomia, lógica, filosofia e mecânica, inventora do astrolábio e do
hidrómetro, e segundo alguns, a percursora das teorias astronómicas de Keppler,
Copérnico e Galileu, sem dúvida a última grande cientista da antiguidade.
Estes cristãos fanatizados e com poder, consideravam todo o
conhecimento grego, por não vir na Bíblia, como pagão. O desaparecimento da
Biblioteca de Alexandria significou a perda de 80% da ciência e da civilização
gregas, para além dos legados importantíssimos das culturas asiática e
africana.
Alexandria era o centro intelectual
da antiguidade e a destruição deste acervo do saber estancou o progresso
científico durante mais de quatrocentos anos.
PS -
- "Havia em Alexandria uma mulher chamada Hipátia, filha do filósofo Theon, que fez tantas realizações em literatura e ciência que ultrapassou todos os filósofos de seu tempo. Tendo progredido na escola de Platão e Plotino, ela explicava os princípios da filosofia a quem a ouvisse, e muitos vinham de longe receber seus ensinamentos."
- Sócrates
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