Marina Silva |
MARINA SILVA
Li hoje, finalmente, no meu cronista predilecto, Ferreira Fernandes, do DN, o acentuar da importância da vassalagem de Marina Silva a Silas Malafaia, uma espécie de Papa de uma seita evangélica a que Marina pertence e na palavra de quem vê a vontade de Deus, como contributo para a sua derrota nas eleições.
Ninguém, entre os comentadores que li, tinha falado ou
pelo menos dado algum ênfase a este factor que para mim, fosse eu brasileiro,
teria sido absolutamente decisivo para recusar o meu voto a um candidato com
este tipo de dependência. É que eu fujo desta gente como o “diabo foge da cruz”
como dizia a minha avozinha, e se a nível pessoal essa ligação já é uma tristeza
a nível de um país é um desastre, um perigo.
Marina iria ser presa fácil destes urubus, sem ofensa
para estas aves tão úteis que são na natureza, porque se a vida com as suas
dificuldades e obstáculos que ela teve que vencer puseram à prova a sua força,
coragem e resistência física e anímica, por outro lado, fragilizou-a do ponto
de vista espiritual.
Confundir a vontade de “santos” homens como verdades
supremas que se impõem de forma dogmática do “sim porque sim” é inimaginável
num Chefe de Governo.
O recuo de Marina Silva relativamente ao casamento
homossexual e à criminalização da homofobia por indicação do seu líder
espiritual, o Silas Malafaia, foi de “arrepiar” mas felizmente muitos
brasileiros estavam atentos.
Se Marina quer fazer parte de uma assembleia de Deus e
sujeitar-se a um chefe espiritual que domina a sua mente, não deve meter-se a
governar homens.
A humanidade já está razoavelmente servida de chefes
religiosos que mandam nas suas sociedades em nome de Deus, os famosos ayatolas,
mas esses assumem-se claramente de uma forma despótica, aterrorizando pessoas que
se escondem debaixo de vestes até aos pés, talvez como sinal de vergonha de si
próprios.
O líder da seita a que Marina obedece, o Silas
Malafaia, pretendia fazer o mesmo mas por interposta pessoa, a figura frágil e delicada
de uma mulher combatente de muitas outras lutas.
A crendice é o calcanhar de Aqui les
da humanidade, sempre o foi e hoje ameaça milhares de pessoas em África, na
Europa e no mundo, chegando a degolar inocentes para que todo o mundo veja com
os seus próprios olhos até que ponto a irracionalidade pode tomar conta do
homem.
A nossa civilização tem que se defender destes riscos.
Esta gente é insidiosa, a sua ambição não tem limites, não querem apenas ser
ricos, querem ser poderosos e isso só o conseguem dominando a mente dos outros,
base de todos os credos religiosos.
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