Orçamento para 2015 |
com a discussão
do novo Orçamento?
Esta vitória de António Costa foi importante, surpreendente pela dimensão e conferiu-lhe uma responsabilidade acrescida que corresponde às esperanças de uma maioria de pessoas da nossa sociedade, descontentes, traumatizadas mesmo.
Insisto nas esperanças porque é um factor muito importante e ao mesmo tempo delicado mas, como dar esperanças aos portugueses e em simultâneo não lhes criar falsas expectativas traduzidas em dificuldades do dia-a-dia que irão continuar por muito tempo?
No fundo, muitas dessas pessoas perguntam-se em segredo:
- Como vai ele conseguir fazer diferente se tiver que cumprir os deficits impostos e pagar uma dívida anual de juros de 7 mil milhões?
Esta é a curiosidade ansiosa que nos devora por dentro.
Costa aposta num plano a dez anos para fazer crescer a economia, tentar suavizar as políticas de austeridade impostas pela Alemanha aos países do Sul europeu mas como, se mesmo agora a França e a Itália tentaram e não o conseguiram esbarrando na inflexibilidade da Srª Merkel que continua a defender o controle orçamental como a chave do sucesso mesmo quando a realidade demonstra o contrário?
Ora se o deficit continuar a ser o alfa e o ómega de toda a governação como é possível mexer nos impostos ou aumentar a despesa?
Abordar a consolidação orçamental de maneira diferente é o desafio a começar por um programa para a política económica alternativo.
A envolvente externa dá sinais de se alterar com uma nova posição do Banco Central Europeu e uma nova Comissão para regressarem a uma estratégia de investimento mas será isso suficiente?
António Costa e o PS têm muito que pensar, pensar diferente e esperar que as condicionantes se desagravem no futuro. A discussão do Orçamento de Estado para 2015 irá ser a primeira prova de fogo.
Iremos ter um voto contra de toda a oposição ao novo Orçamento que está a ser cozinhado no segredo dos deuses (Passos Coelho e Maria Luís) seguido de uma Moção de Censura a uma Coligação de Governo que ameaça ruptura, e eleições antecipadas?
Costa tem toda a legitimidade e uma força para liderar a oposição que o PS até agora não tinha - o que irá fazer? - E o CDS vai continuar fiel ao seu parceiro com o escorregadio do Portas?
- Iremos mais depressa chegar ao fim de um ciclo ou mantêmo-nos dentro dos calendários estabelecidos?
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