O cumprimento
elogioso de José Mourinho a Patrício, ontem, no fim do jogo em Alvalade não foi
nada que me tivesse surpreendido.
Mourinho estava
feliz porque tinha ganho sem humilhar o adversário apenas devido à exibição memorável
de Patrício que se tivesse sido feita ao serviço da Selecção Nacional no Brasil, para o campeonato do Mundo, o tê-lo-ia levado logo para outras paragens...
Acompanho a carreira
de José Mourinho pelos vários clubes europeus por onde tem feito história e não
perco um jogo do Chelsea na Liga Inglesa.
Por esta razão,
ontem, sentei-me no meu sofá, descontraído, pronto para ver o meu clube perder
com um adversário que era a todos os títulos superior.
Todos os
comentadores disseram o que é indiscutível, incontroverso: o Sporting não tem
jogadores em quantidade e qualidade para se equi parar
à maioria das equi pas europeias onde
se inclui, em lugar de evidência, o Chelsea.
Não havia, portanto,
razão para alimentar qualquer espécie de nervosismo. Há limites para o factor
sorte e, embora sendo um jogo, o futebol não é propriamente o euromilhões...
O Chelsea tem cada
lugar da sua equi pa preenchido por
um dos melhores jogadores do mundo nessas posições e um treinador com historial em que os jogadores acreditam e alguns amam.
Pelo contrário, o
Sporting tem um treinador, que se portou muito bem, mas que "ontem" treinava o Estoril e jogadores, nem todos, que não têm sequer níveis de qualidade para jogarem na equi pa principal mas, estas coisas dos jogos de futebol, por
vezes, têm histórias... e as defesas imperiais do guarda redes Patrício
inspiraram a equi pa na 2ª parte,
jogadores e treinador, para uma exibição de grande mérito quando se esperava o
seu completo afundamento.
Perdeu, é verdade,
mas foi justamente aplaudida no final pelos seus adeptos, no estádio e por mim
no sofá, em minha casa, porque sem facciosismos que não levam a lado nenhum, no futebol e em
tudo, sabíamos bem todos da enorme supremacia da equi pa
inglesa.
A minha equi pa não desmoralizou e depois do intervalo fez aqui lo que se lhe exigia: lutou, entregou-se com
coragem, discernimento e "alma até Almeida", como dizia o soldado que transportava o
Tenente ferido para o hospital que ficava em Almeida.
O meu Sporting
perdeu, o Tenente não sei se morreu mas o que fica, para além da morte ou da
derrota, é como se perde ou como se morre.
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