e
Marina Silva
Há três dias atrás, a 26, postei a
A sua conversão à Igreja da Assembleia de Deus, cujo líder é um tal
Malafaia - (pastor pentecostal, líder do ministérioVitória em Cristo, ligado à Assembleia de Deus também televangelista) - que funciona como um "Papa" a
quem Marina Silva obedece de maneira fundamentalista na qualidade de sua
missionária.
Isto, fiquei eu a saber pela boca de
Leonard Boff, um dos mais
respeitados intelectuais do Brasil, teólogo, escritor e professor
universitário, expoente máximo da Teologia da Libertação que tanto irritou a Igreja
Católica do Papa em Roma.
Ele conhece Marina Silva desde os tempos em que ela
actuava no Acre (uma das 27 unidades federativas do Brasil que se localiza na
Região Norte e faz fronteira com o Amazonas a Norte e a Rondónia a Leste) e
estava, então muito ligada à Teologia da Libertação.
Leonardo Boff, em 2010, chegou a sonhar que ela
pudesse ser uma representante dos povos da floresta, dos caboclos, dos
ribeirinhos, dos indígenas, dos peões vivendo em situação análoga à da
escravidão.
“Mas hoje, não. Está ficando cada vez mais claro
que Marina tem um projecto pessoal de ser Presidente custe o que custar”. Isto
disse Leonardo Boff numa entrevista exclusiva ao Viomundo.
“Ela acolheu plenamente o receituário neoliberal.
Ela o diz com certo orgulho inconsciente do que isso realmente significa:
mercado livre, redução de gastos públicos (menos médicos, menos professores,
menos agentes sociais, etc...) e em consequência diminuição dos salários,
desemprego, fome nas famílias pobres e mortes evitáveis, tudo sob o título
genérico “austeridade fiscal” que está afundando as economias do euro.
Reconheceu no seu programa de governo a união
homoafectiva mas bastou o pastor Silas Malafaia – o “Papa” da sua Igreja tuitar quatro frases para ela voltar atrás.
Noutra ocasião, chegou a declarar que um dos seus
objectivos é tirar o PT do poder, o que faz supor mágoas não digeridas contra o
partido que ajudou a fundar.
Pessoalmente, diz Leonardo Boff, “estimo a sua
inteireza, a visão espiritualista (abstraindo o fundamentalismo), sua busca
ética de tudo o que faz. O que eu questiono é o actor político. Não tem
inteligência política para fazer as alianças certas.
O Presidente do Brasil deve ser uma pessoa de
síntese, capaz de equi librar os
interesses e resolver conflitos para que não sejam danosos e chegar a soluções
de ganha-ganha, habilidade que sobrava a Lula da Silva. Marina, por causa do seu fundamentalismo, não é
pessoa de síntese mas de divisão.”
Entretanto, Lula da Silva, pessoa da confiança dos
brasileiros, percebendo o risco, envolveu-se na campanha e Dilma Rousseff, de
imediato, distanciou-se nas sondagens da sua rival com hipóteses, inclusive, de
uma vitória à primeira volta.
Mais uma vez, as religiões se revelam perigosos instrumentos do poder e hoje, alertados por esse exército de criminosos que se mostram ao mundo cortando cabeças em nome de um deus chamado Alá, todos os cuidados são poucos.
Vi hoje no jornal que Dilma Rousseff segue com 40,4% dos votos contra 25,2% de Marina e 19,8% de Aécio Neves ,o que significa que os brasileiros não trocam o conhecido pela aventura do "desconhecido lançado nos braços do pastor Silas Malafaia".
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