sábado, novembro 08, 2014

Esta terá sido apenas uma das Viragens


VIRAGEM












Ontem tive a oportunidade de ver e ouvir o nosso 1º Ministro Passos Coelho dizer em quatro momentos diferentes: 2011, 2012, 2013 e 2014 que estávamos perante anos de viragem.

Parece anedótico mas é verdade: nós vimo-lo e ouvimo-lo em todos esses momentos diferentes que foram retirados dos arquivos de televisão pelo crítico e comentador, ex-líder parlamentar do Bloco de Esquerda, Francisco Louça no seu comentário semanal das sextas-feiras.

A vida dos portugueses tem sido, portanto, nos últimos anos, no dizer de Passos Coelho uma viragem permanente de tal forma que, de tanto virar, já nem devemos saber para que lado estamos virados.

Esta manipulação grosseira dos cidadãos por parte destes jovens ambiciosos e destituídos de escrúpulos políticos que nos governam é descoroçoante.

Nunca me enganei sobre o que nos esperava após o governo de Sócrates. Quando alguém é obrigado a entregar-se nas mãos dos credores o que acontece é inevitavelmente sacrifícios e humilhações mas, o que dispensávamos bem é que entre nós e eles se intrometessem estes jovens políticos que troçam de nós com aquele ar sério e compenetrado próprio de representação teatral.

Sabe-se hoje que a austeridade vivida nestes últimos anos acabou por ser um preço inútil em vez de reparador. Não temos as reformas estruturais do Estado – veja-se o que voltou a acontecer com a colocação dos professores – de que tanto precisamos para abrir novas perspectivas de futuro, continuamos com a mesma Despesa do Estado e estamos sem saber para onde foi o brutal aumento de impostos.

O que sabemos é que as grandes empresas públicas foram vendidas, já não são nossas, restando-nos a TAP que está presa por um fio.

Disseram, então, quando chamámos a troika, que estávamos falidos, que só tínhamos dinheiro para pagar aos funcionários durante mais dois ou três meses mas o que aconteceu de então para cá foram medidas punitivas que levaram ao encerramento de milhares de pequenas empresas, um aumento enorme do desemprego e à fuga de mais de 200.000 portugueses desesperados sem futuro em Portugal.

Apesar de tudo, Passos Coelho diz que estamos melhor e os portugueses sorriem de desdém sobre essas melhorias que devem dizer respeito às empresas que têm agora um campo de recrutamento de trabalhadores mais fácil, amplo e barato.

Temos um Orçamento para 2015 no qual ninguém parece acreditar porque se baseia em expectativas irrealistas em que somos peritos.

Não foi assim com as auto-estradas e as pontes que cada vez estão mais longe do tráfego que se esperava para elas?...

Falhar previsões foi sempre a nossa especialidade. Somos de um optimismo relativamente ao futuro que diz bem do irrealismo que vai por certas cabeças - se é que vai - e depois é muito fácil para os governantes sustentarem as suas decisões em metas que nunca são alcançadas e cujas consequências são pagas pelos cidadãos.

Continuamos, entretanto, a aguardar o ano da "viragem" que já não vai acontecer porque Passos Coelho já não tem espaço para prometer nada, chegou ao fim.

Resta-lhe apenas o tempo necessário para, em véspera de eleições, meter medo aos portugueses com o despesismo do Partido Socialismo, do Sócrates e dos seus acólitos.

Quem sabe se eles não irão esquecer as “viragens” que ele prometeu anos a fio e dar-lhe novamente o voto para não correrem riscos de mais bancas rotas?...

A demagogia e o embuste em política não têm limites.

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