O mundo dos Salgados |
Vamos ouvindo e lendo e o que nos apercebemos é que o mundo dos Salgados não é o mesmo do que o nosso. Aquelas pessoas têm outra preparação, outras qualidades...
- Qual de nós aguentaria um interrogatório de dez horas com a frieza e sangue frio de Ricardo Salgado, num discurso forjado, mesmo ensaiado que tivesse sido, sem se alterar acabando com a mesma cara com que começou?
Suportar perguntas acutilantes previamente estudadas, umas atrás das outras, num ritmo inquiridor, implica um domínio só ao alcance de quem alicerçou uma vida inteira na base de relacionamentos estratégicos com um mundo de pessoas, cada uma peça de um jogo a merecer tratamento próprio... notável!
Mesmo que depois tenha sido destruído por José Maria Richiardi, gozado por Pedro Queiroz Pereira, responsabilizado por Amílcar Morais Pires e, espera-se, desmentido pelo contabilista... o que ficou foi o testemunho de um homem do poder para quem, sentimentos, moral e ética, se os tem, não são chamados para o campo das decisões.
No outro dia, Pedro Queiroz Pereira, o "desaparecido" PQP, do mundo das corridas de automóveis, quando interrogado, dizia em tom de quem busca compreensão:... "os senhores deputados devem compreender que eu sou um empresário, um homem de negócios..." isto foi o que ele disse mas o que deixou sub-entendido foi: "...não me peçam que seja um homem de honra ou de palavra".
E para realçar mais ainda o que era verdadeiramente a sua vida referiu investimentos de milhares de milhões em Moçambique, na Argentina e não sei mais aonde.
O mundo dos Salgados é na verdade outro mundo. Nós gerimos centenas de euros por mês e eles centenas e milhares de milhões e a cima deles ainda estão outros que comandam o mundo de forma invisível que decidem da fome em África ou da crise na Europa.
Um mundo sem valores, desconhecido, desregulado, materialista, que se contrapõe ao nosso porque suga os recursos da Terra e explora o trabalho de quem, em todo o mundo, se debate com problemas de sobrevivência ou, simplesmente, de uma vida digna.
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