terça-feira, dezembro 30, 2014

Ou será o Ano Zero?
2015 ou o
Ano Zero?










Nesta guerra completamente declarada entre a Alemanha e os países do Norte contra os “preguiçosos dos países do Sul” que sofrem as consequências das metas Orçamentais estabelecidas pelas políticas da Comunidade Europeia comandada pela Alemanha, o ano de 2015 vai ser decisivo nesse braço de força até aqui completamente ganho pelos germânicos.

No ano que vai entrar vamos ter eleições na Estónia, Finlândia, Reino Unido, Dinamarca, Polónia e Portugal mas o verdadeiro embate espera-se que aconteça já na Grécia com eleições em Janeiro.

Alexis Tsipras tem fortes probabilidades de ser o 1º Ministro grego e ele já disse que vai renegociar a Dívida (177% do PIB) e exigir um perdão parcial dos créditos e renegociar igualmente os 240 mil milhões que foram concedidos à Grécia a título de resgate pela União Europeia e FMI.

Em Espanha o Podemos alimenta-se, também ele,  de oposição à Alemanha Superpoderosa que tenta “colonizar” Madrid e querem dizer à Srª Merkel que têm a sua dignidade e que não vão ajoelhar”.

Os grandes partidos tradicionais do Centro Democrático que ainda mandam nestes países têm aceite a austeridade e tentam desesperadamente cumprir os limites estabelecidos para os seus Deficits Orçamentais para evitarem os castigos resultantes do incumprimento e a inevitável subida da taxa de juros do mercado de capitais. Afinal, ainda que impostas eles aceitaram essas regras.

E nós, em Portugal?

António Costa é um europeísta convicto e como muita coisa pode acontecer na Europa da austeridade até ele vir a ser 1º Ministro, só lá para o fim do ano que vai entrar, – e esperemos que sim, é a nossa última esperança dentro do sistema -  quem sabe se ele não poderá aproveitar uma “vaga” boa?

Não esqueçamos que os credores percebem melhor do que ninguém que a estabilidade política na europa favorece os seus interesses e por isso 2015 será decisivo para todos, credores e devedores e a Grécia, com o seu Sirysa e Alexis Tsipras será a primeira e grande “pedra de toque”.

Os portugueses, esmagados por impostos, pequeninos e impotentes, esperam curiosos para verem as consequências daquilo que sabem que António Costa, político moderado e sensato, nunca fará: afrontar e desrespeitar as ordens da Comunidade Europeia.

O que ele se propõe fazer é entrar mais fortemente na discussão das políticas europeias ajudado por um novo Parlamento e Comissão Executiva recentemente reeleitos, que permita ao país sobreviver sem entrar, pelo menos, com medidas ainda mais duras de austeridade que parecem incompatíveis com todo o seu discurso político que irá conduzi-lo ao poder com ou sem maioria absoluta.

Por tudo isto há comentadores e analistas que já chamam a 2015 o Ano Zero porque as aflições e dificuldades não são apenas dos pequenos países da orla Mediterrânica. A França e a Itália, como dizia a minha avó, também estão à rasca e todos juntos talvez tenham força suficiente para assegurar uma renegociação de prazos e maior flexibilidade orçamental a troco de paz que será, verdadeiramente, a moeda de troca.

Sem paz será uma enorme confusão de resultados imprevisíveis para todos, os do Norte e os do Sul, alemães incluídos.

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