quinta-feira, janeiro 01, 2015

A Europa aguarda ansiosa...
Ano 2015











Já lhe chamei aqui o ano zero porque se espera que seja exactamente neste ano que coisas novas aconteçam neste nosso espaço que é a Europa, mas há uma surpresa em especial que aguardamos com um misto de curiosidade e ansiedade.

Como pano de fundo temos um conjunto de países que está pondo em causa as suas formas de governo tradicionais e não são só os países do Sul ou da orla Mediterrânea em que essas alterações estão a acontecer por força do desagrado da austeridade com as suas inevitáveis consequências ao nível do desemprego e da pobreza, não, atinge também países do Norte como a Suécia e o Reino Unido.

Em épocas de prosperidade tudo está bem, há emprego, há dinheiro ao fim do mês, comida em cima da mesa com idas ao restaurante, férias no Verão e, muito importante, podem fazer-se planos para o futuro.

Se isto não acontece começam a levantar-se vozes de descontentamento e as críticas recaem e sobem de tom sobre as forças políticas que estão no poder.

Se tiverem pouca expressão não passam de grupos de protesto que fazem parte da própria democracia e do sistema montado, mas o que está a acontecer em França com a Srª Le Pen, com a Espanha do Podemos, com a própria Itália, significa a desagregação dos partidos clássicos e a emergência de novas forças a exigir, daqueles, amplas coligações como forma de sobrevivência.

E este é o pano de fundo que aguarda o desfecho dos acontecimentos na Grécia em que a questão que irá ser colocada aos gregos é continuar ou não na Comunidade Europeia porque rejeitar o Tratado Orçamental e reestruturar a dívida não parece ser compatível com a manutenção no euro.

Mas é preciso estar atento aos sinais e se é verdade que a Bolsa de Atenas teve a sua maior queda verificada só num dia nos últimos 25 anos, também não é menos verdade que os investidores reagiram com relativa tranquilidade menosprezando o efeito exterior da crise.

Em linguagem comezinha o que pare estar a ser dito aos gregos é: “se vocês quiserem sair o problema é vosso, amanhem-se... porque nós, zona euro, estamos hoje mais fortes e preparados para absorver o impacto provocado por uma eventual saída vossa...”

Isto parece, de certa maneira, um jogo de pocker com os eventuais bleufs em que os jogadores decidem a jogada em função, não das cartas que têm, mas do que pensam que o adversário sabe sobre as suas cartas e a política faz-se, sem dúvida, de bleuf.

Mas há vários aspectos deste jogo que o Sirysa e o seu líder, Alexis Tsipras, têm que estar muito atentos:

 - A tranquilidade e aparente indiferença dos investidores perante a crise grega é um sinal de força da zona euro;

- Em todas as sondagens sempre os gregos afirmaram maioritariamente quererem estar no euro;

- Finalmente, e talvez a mais importante, as pessoas têm horror ao vazio. “Isto é mau mas se sairmos do euro o que acontecerá? – Não será pior? - Não será o caos?

A saída, neste momento, da zona euro para qualquer país da Europa não será uma pura ilusão?

Esta é a dúvida que em breve iremos ver desfazer no dia em que o Syrisa ganhar as eleições na Grécia... se ganhar.


Bom Ano para todos vós.

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