A Europa aguarda ansiosa... |
Ano 2015
Já lhe chamei aqui
o ano zero porque se espera que seja exactamente neste ano que coisas novas
aconteçam neste nosso espaço que é a Europa, mas há uma surpresa em especial que aguardamos
com um misto de curiosidade e ansiedade.
Como pano de fundo temos um conjunto de países que está
pondo em causa as suas formas de governo tradicionais e não são só os países
do Sul ou da orla Mediterrânea em que essas alterações estão a acontecer por força
do desagrado da austeridade com as suas inevitáveis consequências ao nível do
desemprego e da pobreza, não, atinge também países do Norte como a Suécia e o
Reino Unido.
Em épocas de prosperidade tudo está bem, há emprego, há
dinheiro ao fim do mês, comida em cima da mesa com idas ao restaurante, férias
no Verão e, muito importante, podem fazer-se planos para o futuro.
Se isto não acontece começam a levantar-se vozes de
descontentamento e as críticas recaem e sobem de tom sobre as forças políticas
que estão no poder.
Se tiverem pouca expressão não passam de grupos de
protesto que fazem parte da própria democracia e do sistema montado, mas o que
está a acontecer em França com a Srª Le Pen, com a Espanha do Podemos, com a própria
Itália, significa a desagregação dos partidos clássicos e a emergência de novas
forças a exigir, daqueles, amplas coligações como forma de sobrevivência.
E este é o pano de fundo que aguarda o desfecho dos
acontecimentos na Grécia em que a questão que irá ser colocada aos gregos é
continuar ou não na Comunidade Europeia porque rejeitar o Tratado Orçamental e reestruturar
a dívida não parece ser compatível com a manutenção no euro.
Mas é preciso estar atento aos sinais e se é verdade que
a Bolsa de Atenas teve a sua maior queda verificada só num dia nos últimos 25
anos, também não é menos verdade que os investidores reagiram com relativa tranqui lidade menosprezando o efeito exterior da crise.
Em linguagem comezinha o que pare estar a ser dito aos
gregos é: “se vocês qui serem sair o
problema é vosso, amanhem-se... porque nós, zona euro, estamos hoje mais fortes
e preparados para absorver o impacto provocado por uma eventual saída vossa...”
Isto parece, de certa maneira, um jogo de pocker com os eventuais
bleufs em que os jogadores decidem a jogada em função, não das cartas que têm,
mas do que pensam que o adversário sabe sobre as suas cartas e a política
faz-se, sem dúvida, de bleuf.
Mas há vários aspectos deste jogo que o Sirysa e o seu líder,
Alexis Tsipras, têm que estar muito atentos:
- A tranqui lidade e aparente indiferença dos investidores
perante a crise grega é um sinal de força da zona euro;
- Em todas as
sondagens sempre os gregos afirmaram maioritariamente quererem estar no euro;
- Finalmente, e talvez a mais importante, as pessoas têm
horror ao vazio. “Isto é mau mas se sairmos do euro o que acontecerá? – Não será
pior? - Não será o caos?
A saída, neste momento, da zona euro para qualquer país
da Europa não será uma pura ilusão?
Esta é a dúvida que em breve iremos ver desfazer no dia
em que o Syrisa ganhar as eleições na Grécia... se ganhar.
Bom Ano para todos vós.
Bom Ano para todos vós.
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