sábado, janeiro 10, 2015

A Srª Le Pen










Vamos por partes, estes três homens que mataram todas aquelas pessoas no jornal e super - mercado no centro de Paris, fazem parte de uma minoria ínfima dos islamitas que vivem em França, em África e no mundo, tão ínfima que muitos deles fazem parte de uma lista onde estão assinalados como perigosos terroristas.

Eles querem dar a impressão que integram uma grande organização, um grande califado com pretensões a governar todo o norte de África e parte da Europa mas não, não são uma grande organização mas são os indivíduos mais perigosos que já existiram nos tempos recentes porque dispõem de uma arma avançada que não se vende em nenhum armeiro que é o desprezo pela própria vida.

Quando os dois irmãos saíram ontem da tipografia disparando as suas armas fizeram-no com os olhos vidrados por uma loucura que, naquele momento, se traduzia na felicidade de uma morte heróica.

Aquele relativamente pequeno número de indivíduos que ao estilo de “lobos solitários”, como lhes chamam, pretende vingar um Maomé que só existe nas suas cabeças doentias, quer fazer-se notar, precisa de ser reconhecido como um inimigo poderoso, precisa que um exército que o defronte, que dê razão para a sua própria existência.

Por isso, a espectacularidade das suas acções que metem aviões contra as Torres Gémeas, comboios, metropolitanos, uns e outros às horas de ponta e agora estes assassínios no centro de Paris.

Antes de serem mortos dão entrevistas via telemóvel como se fossem pessoas normais fazendo referências aos seus chefes inspiradores que os treinaram e já foram mortos, fazendo passar a ideia que são soldados que pertencem a uma hierarquia e que cumprem uma missão ao serviço do profeta.

Na realidade, matam quantos não se convertam e não lhes obedeçam e devem ser tratados, por uma questão estratégica, como perigosos criminosos à solta e uma vez mortos enterrados em silêncio.

Em vez disso, conferem-lhes a honra das maiores manifestações de repúdio feitas por milhares de pessoas por todo o lado com os respectivos Chefes de Estado na 1ª linha.

Os jornais e televisões não falam de outra coisa e eles, inchados de vaidade e  importância, estão já a magicar qual a próxima acção que irão fazer para chocar o mundo.

Entretanto, a parva e oportunista daquela senhora loira, francesa, que dá pelo nome de Marin le Pen, reconhece-lhes tanta importância que, por causa deles, fala até em repor a pena de morte e fechar as fronteiras sem sequer reparar que aqueles assassinos dementes eram franceses e falavam a língua de Voltaire com a mesma perfeição do que ela.

Quanto à pena de morte, eliminada em França, tardiamente, em 1981 e em quase todos os países da Europa – nos EUA uma facção poderosa da igreja evangélica, reaccionária, medrosa e fundamentalista, continua a impedi-lo - como um avanço civilizacional, comete outro erro de simples cegueira, pois se as pessoas de quem ela se quer defender com a pena de morte são estes, parece evidente que eles não temem a morte, dispensam a execução pública, morrem alegremente com as armas na mão, ao comando dos aviões, de viaturas armadilhadas ou com cintos de explosivos.

Se aquela senhora vier a ser eleita Presidente dos Franceses deixarei de ter por eles toda a consideração que me merece um país campeão das liberdades como, há muitos anos atrás, me zanguei com os americanos quando mataram os irmãos Kennedy e o pastor Luter King.

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