Vamos por partes, estes três homens que mataram todas aquelas
pessoas no jornal e super - mercado no centro de Paris, fazem parte de uma
minoria ínfima dos islamitas que vivem em França, em África e no mundo, tão ínfima
que muitos deles fazem parte de uma lista onde estão assinalados como perigosos
terroristas.
Eles querem dar a impressão que integram uma grande
organização, um grande califado com pretensões a governar todo o norte de África
e parte da Europa mas não, não são uma grande organização mas são os indivíduos
mais perigosos que já existiram nos tempos recentes porque dispõem de uma arma
avançada que não se vende em nenhum armeiro que é o desprezo pela própria vida.
Quando os dois irmãos saíram ontem da tipografia disparando
as suas armas fizeram-no com os olhos vidrados por uma loucura que, naquele
momento, se traduzia na felicidade de uma morte heróica.
Aquele relativamente pequeno número de indivíduos que ao
estilo de “lobos solitários”, como lhes chamam, pretende vingar um Maomé
que só existe nas suas cabeças doentias, quer fazer-se notar, precisa de
ser reconhecido como um inimigo poderoso, precisa que um exército que o defronte,
que dê razão para a sua própria existência.
Por isso, a espectacularidade das suas acções que metem aviões
contra as Torres Gémeas, comboios, metropolitanos, uns e outros às horas de
ponta e agora estes assassínios no centro de Paris.
Antes de serem mortos dão entrevistas via telemóvel como se
fossem pessoas normais fazendo referências aos seus chefes inspiradores que os
treinaram e já foram mortos, fazendo passar a ideia que são soldados que
pertencem a uma hierarqui a e que cumprem
uma missão ao serviço do profeta.
Na realidade, matam quantos não se convertam e não lhes
obedeçam e devem ser tratados, por uma questão estratégica, como
perigosos criminosos à solta e uma vez mortos enterrados em silêncio.
Os jornais e televisões não falam de outra coisa e eles,
inchados de vaidade e importância, estão
já a magicar qual a próxima acção que irão fazer para chocar o mundo.
Entretanto, a parva e oportunista daquela senhora loira,
francesa, que dá pelo nome de Marin le Pen, reconhece-lhes tanta importância
que, por causa deles, fala até em repor a pena de morte e fechar as fronteiras
sem sequer reparar que aqueles assassinos dementes eram franceses e falavam a língua
de Voltaire com a mesma perfeição do que ela.
Quanto à pena de morte, eliminada em França, tardiamente,
em 1981 e em quase todos os países da Europa – nos EUA uma facção poderosa da
igreja evangélica, reaccionária, medrosa e fundamentalista, continua a
impedi-lo - como um avanço civilizacional, comete outro erro de simples
cegueira, pois se as pessoas de quem ela se quer defender com a pena de morte são
estes, parece evidente que eles não temem a morte, dispensam a execução pública,
morrem alegremente com as armas na mão, ao comando dos aviões, de viaturas
armadilhadas ou com cintos de explosivos.
Se aquela senhora vier a ser eleita Presidente dos
Franceses deixarei de ter por eles toda a consideração que me merece um país
campeão das liberdades como, há muitos anos atrás, me zanguei com os americanos
quando mataram os irmãos Kennedy e o pastor Luter King.
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