sexta-feira, janeiro 30, 2015

A Terrível

Pergunta












Porque razão, depois de cinco anos de austeridade, a Dívida Pública continua a aumentar nos países intervencionados e a deflação se estende hoje, como um manto gelado, por toda a Europa?

O grande mérito da vitória do Sirysa na Grécia será a de colocar esta pergunta crucial em cima da mesa dos líderes europeus.

A receita da austeridade foi constituída por privatizações, despedimentos, baixa de salários e desmantelamento ou diminuição dos sistemas de protecção social, como resultado de negociações impostas aos países “encostados à parede” por falta de dinheiro para satisfazerem as mais elementares necessidades do Estado.

Mas para onde foi o grosso do dinheiro, no caso da Grécia, 250 mil milhões entre resgates e perdão de dívida?

- Apenas 10% foi para Despesa Pública, O resto foi usado para transferir dívida dos Bancos e do sector financeiro para o sector oficial, incluindo o FMI. O dinheiro rodava por outros lados...

Ou seja, o povo que suportou os sacrifícios, 25% em desemprego e 65% em desemprego jovem, passou à margem dos benefícios que deveriam ter resultado da entrada de tanto dinheiro.

Este clima de queda generalizada dos preços em que a Europa vive, incluindo a Alemanha que já entrou em deflação, pode tornar pouco útil esta medida do BCE de Mário Draghi porque se não há expectativas de vendas com lucros a economia pouco mexe porque os investidores, mesmo tendo dinheiro, não têm estímulos para investir.

No EUA, outra economia de mercado como a europeia, mas com políticas económicas diferentes tem outros resultados dado que não obedece a políticas orçamentais restritivas que funcionam como espartilhos.

Mário Draghi põe o dedo na ferida quando diz que pode mexer na Política Monetária mas nada pode fazer com a Política Orçamental que compete aos governos.

Entretanto, há toda uma população europeia, porque a austeridade não faz sentir os efeitos só na Grécia e em Portugal, que remoem dentro de si as dificuldades porque passam e que estão na base da adesão aos nacionalismos que podem fazer implodir o projecto europeu a atender aos sinais que se fazem sentir.

A Frau Merkel e todos os líderes europeus têm que tentar responder à pergunta inicial numa perspectiva que vá ao encontro dos verdadeiros interesses das economias que produzem riqueza e dão emprego às pessoas.

Não podemos viver para cumprir uma meta orçamental sob pena de não vivermos.                                                   

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