Em treino para irem lutar contra os jiadistas |
O Mário Nunes
Eu não quero pensar
mas é difícil. Eles existem, os seus actos são notícia nos jornais, as suas
figuras tenebrosas como enviados da morte, são imagens da televisão.
Eu quero pensar que
eles não passam de um pesadelo, invenção de mau gosto da comunicação social,
compraz-me a crítica de que... “vejam lá ao que chegaram as notícias dos jornais...”
Lembro-me do grande
cientista inglês, Stephen Hawkins, afirmar que o cérebro humano é a maior
invenção da vida e sei que ele tem razão mas então como explicar estes
comportamentos ditados por cabeças pensantes?
Será que a perfeição
atingiu uma fase degenerativa e aqui lo
que foi belo torna-se horrendo?
Ao longo da história
da humanidade fomos confrontados com muitos actos tresloucados de desumanidade
a coberto da religião, a raiz de todo o mal, mas o EI, como se denominam a eles
próprios, está já numa escala diferente, ultrapassa os ditames da religião que
mais parecem um pretexto esfarrapado do que uma justificação explicativa.
Não percebemos o que
os move e não sabemos como contê-los porque o seu comportamento assemelha-se ao de
um vírus que se nos escapa e se refina de dia para dia.
Algum daqueles
homens passaria num teste de sanidade mental?
É um bando de loucos
facínoras e cruéis que tem pretensões a sujeitar o mundo ao seu domínio. Só pode
mesmo ser um sonho mau...
As histórias de
terror levadas a cabo pelos elementos do EI nas cidades capturadas no Iraque são
de tal forma abjectas que não só começam a deixar-nos indiferentes como nos
suscitam dúvidas quanto à sua veracidade.
Será possível que
seres humanos pratiquem tais barbaridades?
Esta história foi
denunciada a semana passada por um reputado investigador da Universidade do
Michigan:
- “Uma miúda foi casada e divorciada 15 vezes numa
noite porque, segundo a lei da sharia, basta repetir 3 vezes “eu te divorcio”
para que a violação seguinte já não quebre nenhum preceito religioso. Se
sobreviver é devolvida aos pais muitas vezes grávida.”
No outro dia, os
mesmos protagonistas pegam num buldozer e numa picareta contra o Museu da
Civilização de Mossul e as cidades milenares de Nimrud e de Hatra.
Quem não esteve para
modas foi o nosso soldado Mário Nunes, natural de Portalegre, da Base Aérea de
Beja, de 21 anos que desertou do exército para ir combater contra o Estado Islâmico
juntando-se ao YPG, Unidades de Protecção Popular, principal milícia curda, para
lutar contra os jiadistas.
Mário Nunes, se a
tua história é verdadeira e se estás mesmo a combater esses loucos, daqui te presto homenagem porque, se isto continua
assim, muitos outros terão que seguir os teus passos.
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