Não sei como isto funciona.... |
Evolução para Todos
(Davis Slown Willson)
Não Sei como isto funciona.
Na história do Feiticeiro de Oz, na parte final, o feiticeiro parte
no balão e a menina suplica-lhe que volte. «Não posso” responde ele numa voz
que se perde ao longe. «Não sei como isto funciona!»
Esta frase podia ser aplicada para a nossa actual compreensão de
nós mesmos e a explicação evolutiva constitui um esforço muito recente nesse
sentido, algo que se desenvolveu pelo meio da evolução genética e leva pequenos
grupos a organizarem-se em unidades coordenadas.
Uma aldeia é uma associação tão perfeitamente natural que parece
constituir-se a si própria.
Pense no seguinte:
Tanto quanto sabemos, descendemos todos de uma pequena população que
se espalhou a partir de África há cerca de 70.000 anos e que cobriu o globo,
desalojando, á medida que avançava, populações anteriores de Homo e muitas
outras espécies.
É isto o “êxito ecológico e a exclusão prévia” referida pelos
cientistas Ed e Bert. Podemos celebrá-la ou deplorá-la, mas de uma forma ou de
outra ela exigiu uma extraordinária flexibilidade comportamental.
Não se tratou de implementar “planos de guerra” que antes tivessem
evoluído geneticamente no continente africano, mas de um processo mais aberto
de criar e reter novas adaptações.
Diversificámo-nos em milhares de “modos de vida”, falando línguas
diferentes e praticando diversas actividades de subsistência, da colheita de
sementes até à pesca da baleia.
Adaptámo-nos a todas as zonas climáticas, da floresta tropical até
ao deserto e às paragens gélidas do Ártico.
Invadimos os mares com barcos. Ecologicamente, tornámo-nos o equi valente a centenas de espécies diferentes numas
meras dezenas de milhares de anos, em vez de nos milhões de anos necessários
para uma irradiação adaptativa comparável por evolução genética.
A nossa capacidade para a cultura fez a evolução avançar à
velocidade da luz.
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