ENCERRADO
EM DOGMAS
Um Deus encerrado
numa jaula de palavras é sempre menor do que a própria jaula. Se houvesse um
mistério, os dogmas degradavam-no.
Esse Deus não é um Deus livre é um
Deus pequeno, constituído de ideias de pessoas a partir daqui lo que elas são, porque primeiro vem a vida e
depois o pensar.
Tudo o que se diz de Deus são
metáforas poéticas que não revelam Deus mas apenas o pensamento daquele que
fala. Uma linguagem que começou sendo casa e terminou sendo cárcere.
Os dogmas são palavras portadoras de
poder, ferramentas que impedem o caminhar. Estacam, paralisam, dividem, não
deixam ser, não deixam avançar, conformam-se com o estar.
Ancorados no antigo e em permanente
contar e recontar a velha história dos que falaram primeiro. Um polvo de
costumes, normas, leis, regras forjadas no medo. Medo de perder, de perder uma verdade
que já ninguém reconhece, medo ao canto e ao amor que tudo transforma.
Maria Casculluela
Perez
NOTA – Desculpem os crentes e a
Maria Casculluela Perez mas as religiões são, todas elas, dogmas e só dogmas, o
maior dos quais é Deus, essa entidade que há 13.798 mil milhões de anos
carregou no botão e despoletou o Big- Bang para que, findos todos esses anos,
os homens se pudessem ajoelhar e agradecer tão genial decisão.
Sinceramente,
dado o tempo passado e a dimensão do Universo que não parará de crescer até à
sua própria oclusão, porque tudo quanto começa acaba e o universo não é excepção, parece-me pretensão a mais, esta, a dos humanos.
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