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Shaueble |
Acabaram
as negociações
“O que
está, está, não se lhe mexe mais...” dizem os ministros das Finanças da Zona
Euro. Cabe, agora, ao governo grego aceitar ou entrar em incumprimento.
“Neste
momento não há mais negociações. A proposta é aquela que existe e não será mais
alterada”... e é melhor que Tsipras não se atrase muito porque os “falcões” já a
criticam dizendo que tem demasiadas cedências aos gregos o que, a ser verdade,
só abona a favor do trabalho de Tsipras/Varoufakis.
O autor das
críticas, como não podia deixar de ser, é Shaueble, o ministro das Finanças alemão,
o verdadeiro autor do plano de austeridade e a quem chamam o Tesoureiro da
Europa, o que lhe parece dar satisfação. Do seu ponto de vista, a estabilidade
monetária deve ser totalmente prioritária na Europa.
Autor do Tratado
de Unificação das duas Alemanhas, autentico golpe de mestre, é considerado a
grande realização da sua vida.
Conservador,
líder parlamentar da CDU, foi vítima de uma tentativa de assassinato com um
tiro na coluna que o deixou numa cadeira de rodas.
Era a ele que o
nosso anterior Ministro das Finanças, Vítor Gaspar, pedia favores ao ouvido
para o nosso governo, como mostrou na televisão.
Shaueble
representa uma corrente de pensamento económico que despreza a política entendida esta como o bem-estar e a felicidade dos povos.
Para ele, há um grupo de gente no país cujos interesses têm que estar perfeitamente
salvaguardados de qualquer eventualidade de um descontrolo financeiro como
aconteceu num passado remoto com a desvalorização do marco em 1923 quando se
forravam paredes com notas e eram precisos 4,2 triliões de marcos para comprar
um dólar.
O mundo, para o
Sr. Shauble é estreito e reduzido e não consagra direitos iguais para todos. Não
parece ser pessoa, tal como a sua chefe Merkel, que leve vida faustosa, a
questão é ideológica, de insensibilidade social, mais dele.
Ele entende que
se em Atenas, pessoas instruídas que até há pouco tempo tinham uma vida normal
com casa e emprego e hoje não têm nada, vivem na rua, e dependem da caridade
social para sobreviver, esse é um problema que a ele não diz absolutamente
nada, embora tudo se passe no mesmo espaço geográfico, político e económico e,
pior ainda, um espaço que ele lidera.
O Sr. Shaueble
faz-me lembrar aquele pai tirano, poderoso e despótico, que quando um filho se
porta mal e lhe desobedece abre a porta da rua, expulsa-o e não quer mais ouvir
falar dele.
O Sr. Shaueble
conhece perfeitamente a história recente da Grécia, dos seus podres que são
também podres da sua Alemanha, e sabe igualmente das assimetrias e
particularidades de um país, que na opinião dele, tem estratos populacionais
que ainda não estão completamente esmifrados nos seus rendimentos embora tudo aquilo caminhe para um beco sem saída...
A Grécia não tem
nenhuma possibilidade de produzir riqueza para satisfazer as exigências dos
credores dos quais, ele, Shauble, é um deles e por isso há que cair sobre o
que existe e então: “venha mais isto e mais aquilo
e aqueloutro...”
E depois, Sr.
Shaueble? - A economia já reduziu 25% e irá reduzir mais 12%. É como uma vaca –
ela que me perdoe a comparação – deixando de a alimentar não só deixa de dar
leite como definha e morre.
E fora do euro,
longe do Sr. Shauble e da Christine, há solução?
- Há, mas os
gregos de Atenas têm que ser substituídos pelos gregos de Esparta onde as
mulheres tinham um papel decisivo a gerarem filhos fortes para serem usados em
combate enquanto as atenienses andavam a serigaitar à volta dos homens sem
nenhum papel na política.
É que há sacrifícios
que mesmo que nos reconfortem no âmago mais profundo do nosso ego não está ao
alcance de todos e muito menos voluntariamente...
Resta saber o
que vão eles poder controlar do seu destino.
Os políticos europeus tudo irão fazer para pôr o Cirysa fora do governo grego. Descaramento, onde já se viram políticas alternativas às do Sr. Shaueble na Europa?
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